Nosso cachaceiro de plantão inicia seus posts mostrando um pouco da história da cachaça, suas qualidades, preconceitos antigos, entre outras curiosidades.

Vai mais uma?
Eu sempre gostei de cachaça. Sou mineiro do interior e a bebida sempre fez parte das reuniões de família e toda vez que a turma toda se encontrava, aconteciam as sessões de truco, acompanhadas de tira-gostos e uma cachacinha. Quando surgiu a proposta de escrever sobre cachaça para o Papo de Bar, imediatamente esses momentos vieram à cabeça.
Cachaça? Yeacow…

Bleargh!
Por conta de um estigma social, muita gente ainda torce o nariz quando o assunto é cachaça. A própria história da bebida no Brasil contribuiu para esta má imagem, que sempre foi associada à escravatura e posteriormente às classes mais baixas devido ao baixo preço e processos de fabricação ultrapassados, que depreciavam a qualidade do produto final. Mais recentemente, a cachaça começou a ser valorizada como deve ser graças às pessoas que passaram a admirar este nosso patrimônio cultural e a exaltar o ritual de se beber cachaça entre amigos.
Tanto faz se for no “martelinho”, aquele copinho característico, ou misturada com gelo, açúcar e limão em uma caipirinha, quem bebe cachaça sempre tem histórias para contar. Falando em caipirinha, esse drink brasileiríssimo é destaque internacional e faz parte da lista oficial da IBA (International Bartenders Association), além de estar entre os 50 melhores do mundo segundo a entidade. Para quem não dispensa beber a famos purinha, existem cachaças feitas com mais cuidado e envelhecidas usando barris de madeiras especiais que podem ser comparadas aos melhores uísques do mundo não só na suavidade mas também no preço.
O que antes era relegado a miseráveis e escravos, aos poucos passa a se tornar artigo indispensável em muitos bares do high society. Beber cachaça deixa de ser vergonhoso, começa a ganhar status e a conquistar até o público feminino, tradicionalmente menos tolerante ao sabor tão característico. Beber cachaça agora é arte.
Essa sim é brasileira…
É uma arte tão brasileira que falar dela é falar de música, festa, alegria, tira-gosto, baralho, família, amigos, amigas, porres, ressacas, “causos” e tudo o que faz de nós esse povo tão rico e especial. Então, tire a rolha, encha o copinho, dê um pouco pro santo e me acompanhe nessa dose que eu ainda tenho muito para falar dessa cana!
Até o próximo post!