Os restaurantes não marcam bobeira e começam a criar suas cartas de cervejas e não somente de vinho. A clientela pede e os restaurantes estão se especializando cada vez mais no assunto e qualidade.
De um tempo pra cá estamos vendo uma melhora em termos de carta de cerveja em restaurantes. Mas claro, ainda é bem pequeno e pouco aproveitado na grande maioria de lugares, mas este cenário está mudando.
Vinhos vs. cerveja
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Clássico, é muito mais fácil você ver um restaurante com uma rica carta de vinhos e só ter pra vender cervejas tradicionais, no máximo uma Bohemia, quiçá suas especiais Confraria e Weiss.
O vinho é considerado uma bebida digna, uma bebida de qualidade, consumida por pessoas, digamos, cultas, com glamour. Ainda há esse tipo de conceito em cima dos que bebem vinho.
E os cervejeiros?
Até aí tudo bem, mas por quê eu, bebedor, apreciador de uma boa cerveja, não posso ter uma variedade delas para degustar com aquela carne de javali, ou qualquer outra carne não apreciada comumente?
Por que que eu sou chamado de não culto por beber cerveja? Isso está mudando, eu diria que mudou, mas infelizmente as pessoas perceberam, mas não estão colocando em prática numa velocidade legal.
Os restaurantes e suas cartas
Créditos: O_Design_do_Brubs
Percebendo isso, eles começaram a abrir suas portas para as cervejas artesanais. É um diferencial, pois carta de vinhos é algo muito comum em restaurantes, portanto tendo uma carta decente de cervejas é um plus, algo a mais pra clientela e bons olhos deles.
A clientela agradece
Com toda certeza, pois abre um novo mundo ainda pouco explorado pelos consumidores. Provavelmente ele já ouviu falar, está na mídia, está entrando na moda beber cerveja artesanal, falar de cerveja. Mas ainda é um pouco difícil elas aceitarem e entenderem uma Rauchbier com aroma e sabor próximo ao bacon, barbecue, como a Aecht Schlenkerla.
Créditos: Marcio Nel Cimatti
E o melhor, os restaurantes, assim como fazem com vinhos, eles estão trazendo opções de combinações, hamonização de cervejas com uma boa comida. Mas infelizmente, claro, essa vantagem é pra quem mora em cidades com essa cultura cervejeira e cidades grandes.
São Paulo, o polo, o centro gastronômico
Com certeza São Paulo concentra uma boa parte desses restaurantes que estão buscando essa nova opção de cervejas harmonizadas com comidas, alimentos, posso citar o Braugarten e a churrascaria Barbacoa.
Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Sul do Brasil
Mas claro que temos representantes em outros pontos nacionais, mas não muitos. O comida de buteco, realizado em Belo Horizonte, é um grande exemplo disso, onde os consumidores comem petiscos de boteco mesmo, com um tema específico e acompanhado de uma cerveja. O desse ano teve como tema o jiló.
Uma coisa que acaba atrapalhando é ter como patrocínio a Bohemia, uma boa cerveja, mas me parece que isso não faz com que os clientes possam experimentar outros tipos de cerveja, não tenha uma carta mais variada de cerveja. Mas não fui em muitos, não posso afirmar isso, meus amigos de BH que podem falar melhor disso.
No Rio também temos alguns pontos, mas não se compara a São Paulo, geralmente aqui no Rio são restaurantes especializados em cervejas especiais e não restaurantes que buscaram essa iniciativa.
E acredito que no Sul do país seja assim, principalmente em Santa Catarina, Blumenau, cidade da Oktoberfest e da Eisenbahn, grande cervejaria, bastante premiada internacionalmente.
Os restaurantes buscando o aprimoramento
Créditos: giselle azevedo
Bem interessante é saber que sommeliers destes restaurantes fazem estudos, degustações e harmonizações com diversos tipos de cerveja, comidas, fazendo combinações, entre outros pontos. São estudos que podem variar entre 6 meses, 1 ano, de repente até mais, para que o cliente não se arrependa e venha provar algo que não lhe satisfaça.
Mas os clientes pedem também
Mas engana-se quem pensa que a iniciativa é somente dos restaurantes. A cultura cervejeira pode não ser tão forte hoje, mas cresceu e muito de uns 3, 5 anos pra cá, com isso, temos sempre um amante da boa cerveja e boa comida, querendo aliar esses dois pontos.
Investimentos e produções próprias
Não é um investimento pequeno, cerveja artesanal custa caro, principalmente as importadas. Hoje o consumo aumenta a cada dia, mas ainda há muita reclamação sobre impostos. Mas os donos de restaurantes afirmam que vale a pena o investimento, que há retorno e satisfação por parte do cliente, com isso, o crescimento é inevitável.
E uma coisa legal é que os restaurantes criam seu próprio chopp, suas cervejas, como é o caso da cervejaria Devassa, o Beer Taste, ambos no Rio, o Braugarten em São Paulo e o Café Vienna em Belo Horizonte. Isso estimula a curiosidade do consumidor e o traz de volta à casa.
Finalizando
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Um ponto também que posso citar é a parte dos profissionais, os garçons que vão servir as cervejas, as harmonizações com tal tipo de comida. É essencial que o profissional entenda do assunto, não seja um avoado, que não entende porra nenhuma do assunto e está lá somente pra levar a cerveja e a “carne” na mesa do cliente.
O cliente quando está no estabelecimento busca sugestões, seja pro tipo de cerveja, seja pro tipo de comida ou seja pelo clima que está no local naquela data específica. Restaurantes, invistam nisso. Clientes, sim, você que está lendo esse post modafoca agora, cobrem isso, é uma obrigação do estabelecimento, bar, botecos, pub, enfim.
Bom, fico por aqui. Gostaria de saber se existe algum ponto interessante no seu bairro, cidade. É sempre bom saber como anda essa cultura cervejeira no Brasil, para podermos cobrar isso mais tarde ou conferir pra ver se estão fazendo um bom trabalho.
Prosit.