Você sabe o que é uma Maltaria? O Papo de Bar foi convidado para conhecer a maltaria da Ambev que fica em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Veja o que rolou!
Todas cervejas usam malte. Claro, nem todas são puro malte e vocês sabem disso. Algumas cervejas são feitas com milho, arroz, dentre outros ingredientes. Mas ainda sim utilizam malte. No Brasil existe a lei que a cerveja tem que usar pelo menos 55% de malte. Mas onde que entra o malte? É aí que surge a maltaria.
Maltaria no Brasil
Pasmém, no Brasil existem 4 maltarias, sendo duas da Ambev: a Maltaria Navegantes, localizada em Porto Alegre (RS), e a Maltaria Passo Fundo (RS), que no Dia de Campo abriu suas portas para que nós pudéssemos visitar.
Eu nunca tinha visitado uma maltaria, confesso que nem sabia da existência aqui no Brasil, ainda não tinha pesquisado afundo sobre o assunto.
A Maltaria de Passo Fundo é bem nova e emprega 150 funcionários. Ela possui capacidade para produzir 122 mil toneladas por ano. Cevada pra cacete.
E sendo dirigida por uma gigante, recebeu R$ 2,5 milhões em investimentos no último ano, para melhorias em equipamentos e processos. E ela é grande, viu.
A Ambev só tem maltaria no Brasil?
Não! A empresa ainda possui duas maltarias no Uruguai e mais duas na Argentina. Juntas, as seis maltarias da companhia têm capacidade para produzir mais de 74 mil toneladas de malte por mês.
E quais são os processos de uma maltaria?
Sequência de preparação do malte de cevada
- Maceração
- Germinação
- Secagem e torrefação
- Resfriamento
- Desbrotamento
- Armazenamento
- Polimento
- Expedição
Obtenção de enzimas, esse é o objetivo principal da malteação. No final teremos o malte do Hulk, um malte verde, que depois da secagem e torrefação, vira o malte cervejeiro.
Temperatura e umidade
Existe todo um controle no ambiente, temperatura e umidade do produto. Nesse tanque que você vê acima tem bastante água e cevada, para iniciar esse processo.
A cevada chega na maltaria, onde é classificada e testada, vira uma “suruba“, as cevadas se pegam lá dentro e depois germinam algumas cevadinhas para depois serem transformadas no malte. O teor de umidade máximo é atingido nesse estágio.
A cevada precisa ter um teor mínimo de 95% de germinação, que é feito através de um reagente. Não tendo esse percentual, os animais ficam felizes, pois a cevada vira ração animal.
O breque no malte de cevada
Tem uma parte que brincamos que era o “aborto da cevada”, que é onde rola o rompimento do crescimento da cevada. Ela é brecada antes de continuar o crescimento, que é feito na pré-secagem e torrefação.
Qual a diferença entre a cevada e o malte?
Explicaremos num artigo mais explicativo todo o processo de produção do malte, senão ficará muito longo. Mas é basicamente o seguinte, existe uma diferença simples: quando você morder o grão e você quebrar o dente, era uma cevada, se conseguir mastigar tranquilamente, era malte 😛
Finalizando
Foi uma experiência bacana acompanhado dos funcionários da Ambev e do Luciano Horn, mestre-cervejeiro da Ambev explicando várias coisas.
Vale comentar sobre a simpatia não só do Horn, mas também do presidente da Ambev, um carioca sagaz e que surfa sempre quando dá. Fala bastante besteira, como todo amante de cerveja.
Enfim, foi uma experiência bem sagaz que a gigante proporcionou. Deu pra ver que os caras possuem uma puta infraestrutura para estudos, o que já era de se imaginar.
Por mais que critiquem algumas cervejas da Ambev, é como já falamos aqui, nenhuma cerveja deve ser julgada pelo que ela não se propõe a ser. O Fusca é um carro e não deve ser comparado e julgado como uma Ferrari. E isso vale para todas as cervejarias, tanto artesanais quanto industriais modafocas.
Aquele abraço.