Sexto capítulo da novela etílica, Canalha Inexperiente. Dessa vez Moya descobre que Talita está publicando textos sobre ele. Depois é perseguido, até que numa boate ela faz um barraco. Confira!
No primeiro domingo após a minha traumática visita ao urologista, fui a piscina com meus amigos e resolvi questioná-los sobre as fontes de tantas informações que eles tinham sobre a minha vida. Após muito persistir, eu tive a resposta:
Como assim um blog?
Créditos: Silvio Tanaka
- – A Talita tem um blog que só fala de você.
Confesso que fiquei assustado. Minhas intimidades eram contadas aos quatro ventos. Desde as minhas manias, aos meus vícios, o tamanho do meu pau, até sobre um peido que eu dei enquanto trepava e tive coragem de botar a culpa nela.
Vamos conferir isso
Eu não demorei com meus amigos e fui ver o tal blog. Além de assustador, ali estava caracterizado que eu brincava com o perigo, pois a mulher era psicopata. Ela narrava sonhos eróticos, posições e se auto-proclamava uma expert em sexo.
É claro que a minha decisão foi de me afastar da maluca. Infelizmente, como uma boa psicótica, ela não deixou barato.
Psicótica macumbeira
Créditos: Lucia Simoes
Após duas semanas sem responder suas ligações, e-mails e mensagens, Talita deixou na portaria do meu prédio um despacho de macumba. Rosas brancas, alfazema, alguns colares e uma carta se declarando e dizendo que se mataria caso me perdesse. Eu não era só o amor da vida dela, pelos presentes, Talita me via como Iemanjá.
Um detalhe da carta me deixou mais assustado ainda: Talita perdeu a virgindade comigo.
A FDP era virgem ainda por cima. Ou não…
Ora, todos nós sabemos que meninas virgens são como caviar: “nunca vi, nem comi, só ouço falar”. Por conta disso, não levei fé nas suas palavras.
Minha fama de garanhão foi acabando. Quando me afastei de Talita, ela passou a falar para todas as meninas que eu tinha inúmeras doenças venéreas. Fiquei com a fama de ter o leite estragado. Todas as meninas com quem eu saía se afastaram.
O pior ainda estava por vir
Talita passou a freqüentar os mesmos lugares que eu. Talvez, tentando me atingir, ela passou a ficar com os meus amigos. Não demorou muito, Talita era a psicótica que fazia a alegria da garotada. Mas só eu não curtia isso.
Num desses encontros “imprevisíveis”, eu me deparo com Talita na mesma boate que eu sempre ia. Bêbada e num estado deprimente, ela veio tentar me agarrar e conquistar com belas palavras:
- – Me dá um beijo, seu merda!
- – Não – eu respondi
- – Não to pedindo. Tô mandando, porra!
Eu empurrei-a gentilmente e resolvi que não ficaria na boate. Entrei numa imensa fila de espera, mas seus ataques não terminaram por aí.
Macumbeira barraqueira, era só o que me faltava…
Créditos: Tha Munhoz
Talita, possivelmente tomada pelo Exú Caveira, começa a gritar para a boate que eu era viado e que dispensava mulher. Não demorou mais que alguns segundos para eu me tornar o centro das atenções. O circo estava formado, e a palhaça da Talita comandava o picadeiro. Por sorte, meus amigos seguraram a bêbada, o segurança da casa me deixou furar fila e eu pude sair.
Na porta da boate, uma gata, muito linda mesmo, daquelas que estampam fundo de tela de tarados, me solta uma pérola:
- – Pena que todo homem bonitinho é viado.
Não podia ficar quieto.
- – Mas eu não sou! Ela que é maluca!
- – Aham, Cláudia, senta lá… – a gata me ironizou
Pronto, não bastava eu ter doenças venéreas, agora as mulheres não acreditavam na minha masculinidade.