É melhor falar ou pensar duas vezes? Em alguns casos a segunda opção é mais válida, mas quando se está com algumas cervejas pra dentro, complica.
Créditos: enfa
Calma, gente, eu voltei! Admitam: vocês estavam morrendo de saudades de rir da minha constante desgraça.
“Eu voltei, agora é pra ficar… pois aqui, aqui é o meu lugar… eu voltei pras coisas que eu deixei, eu volteeeei”… ok, chega de palhaçada, vamos ao que interessa realmente.
Decidi escrever este post para ver se acalmo meu coração. Espero não ser a única a dar sempre grandes furos.
Que constrangedor…
Créditos: natanadler
Por favor, me digam que vocês também já passaram por situações semelhantes. Eu sou um dado ser humano dado a dar furos dados por aí. Sempre, desde pequena, fui assim. Mas a verdade é que, quando tomamos uns tragos, a língua fica mais solta. E muito. E o furo fica maior.
O que fazer nestes momentos? Esconder a cara no copo? Sair correndo? (eu saio correndo) Vocês não estão acreditando na minha capacidade em dar furos? Então confiram alguns – não me lembrei de todos, mas sei que tem mais.
Antes da leitura, deixo claro que todos foram verídicos.
Barrigão hein! Nasce quando?
Estava eu tomando uma cervejinha na casa do meu amigo/ irmão Eltinho, lá em Friburgo, há muitos anos. Paramos na porta da casa para jogar conversa fora, falar mal dos outros e olhar a moda passar na rua. Um amigo aparece com a esposa.
Créditos: Gonink
Até onde eu sabia, a garota ainda estava grávida. Querendo ser simpática com a menina, soltei em voz alta:
e esse neném, não nasce não?
Gente, eu só me lembro do Eltinho se virando em minha direção em câmera lenta com aquela expressão de “cala a boooooca”. Tarde demais: logo veio a resposta do casal, em voz contida:
nasceu tem três semanas…
Tchurum tum psiiiiiiiiiiiiiii! BOUA, garota!
E, como tudo o que está uma merda pode ficar ainda pior, no impulso, virei e disse:
Nossa, recuperou super rápido a forma! Tá ótima!
Tipo: ridículo! Eu consegui piorar a situação! É óbvio que ela não tinha recuperado antiga forma que, cá pra nós, ela nunca teve.
E é claro que o silêncio depois. Na sequência, algumas poucas palavras sobre a chuva foram ditas e o casal seguiu. E Eltinho seguiu com o beliscão em direção ao meu braço…
Mas a minha saga não acaba aqui!
Créditos: Lili Vieira de Carvalho
Dia desses, amigo meu me telefonou para me dar os parabéns pelo meu aniversário. Eu tava tomando uma cervejinha… Conversa vai, conversa vem… eu virei e perguntei:
e aí, como tá sua mãe?
E ele:
ué, você não se lembra?
Puta merda! Esqueci que a mãe dele tinha morrido!
Cara, ainda bem que essa foi por telefone. Se fosse ao vivo, eu faria o que normalmente faço quando não quero mais ficar no lugar: saio correndo. Eu saio correndo e foda-se. E o pior é que eu visitei a mãe dele no hospital, fui ao enterro, era uma pessoa que eu amava muito. Vai entender…
Sempre tem uma teoria
Mas eu montei uma teoria sobre isso com o meu pai. Seguinte: como ela esteve viva a minha vida toda, eu ainda não me acostumei com ela estando morta na minha vida. Sacaram?
Pra abrilhantar ainda mais, mandei mal – de novo – ao tentar amenizar: ah, mas seu pai tá bem né? E ele: – Tá… com 90 anos e sem poder andar….
Cué cué cué cué…
Nesse momento, eu quis nascer de novo só pra desfazer esta outra merda.
Tem mais? Chega né?
Há uns três ou quatro anos, estava na Lapa com um amigo de um amigo de um amigo tomando uma cervejinha no boteco das travas. Adoro esta convivência caótica de lugares assim, me fascina.
“Panhei amizade” com uma, conversamos durante horas. Até descobri que ele era de Friburgo e que estudamos juntos na quarta série – e ele sempre queria me bater…. O nome dele era José Carlos! (ih… contei o segredinho…)
Créditos: Mr. JunkieXL
Ele(a) era uma trava negona de peruca loira, um AHAZO! Em determinado momento, por conta do look, falei:
Nossa, você tá ótima de Mariah Carey!
A trava respondeu, rispidamente:
Eu sou a Madonna da Lapa, racha!
Poetizando… “E agora, José? Pra onde?” Sem comentários.