Uma singela homenagem do Papo de Bar ao eterno comediante Mussum. Fã assumido da cachaça, brincalhão, usava seu humor irônico, escrachado e politicamente incorreto. Um brinde!
Fala, sedento!
Dia desses, eu estava em Belo Horizonte, que além de ser a capital do estado em que nasci, é para mim o maior playground para quem aprecia uma boa cachaça. Lá você encontra as marcas mais famosas, de todas as regiões de Minas e de outros estados do Brasil. Mas isso você encontra em qualquer grande cidade, você pode dizer. Mas não com o charme, a propriedade e a prosa, únicas de BH e de Minas Gerais.
Me vê um copo de leite por favor!
Créditos: Luciana Galdi
Estava eu em uma famosa cachaçaria na Avenida do Contorno, conversando com um atendente que é meu amigo pessoal, renovando meus estoques e provando outras maravilhas. De repente, entrou um senhor todo sorridente e pediu um copo de leite.
Meu amigo, muito atencioso e conhecedor de cachaça como poucos, respondeu com a máximo que ele conseguiria ali era uma cachaça para servir de base para o Leite de Onça, um drink muito saboroso (apesar de bastante doce).
Pausa para a receita:
- Uma parte de cachaça
- Uma parte de leite
- Uma parte de licor de cacau (opcional)
- Meia parte de leite condensado
Misture tudo, coloque para gelar e sirva no copo que estiver mais perto.
Voltando para a história:
Créditos: Luiz Felipe Martins
Aí o senhor disse:
Deus é testemunha que eu queria leite. Bota uma cachaça aí!
Foi uma risadaria geral, o sujeito comprou uma garrafa de cachaça e se juntou a nós no papo. Disse que a piadinha que ele fez era para homenagear um grande amigo dele, nada mais nada menos que o Mussum!
Lendário Mussum
Ele mesmo, o lendário Mussum, integrante dos Trapalhões e famoso apreciador de cachaças. A homenagem dele foi bem pertinente, já que no próximo dia 29 de Julho completam-se dezoito anos desde a morte deste grande personagem.
O sujeito contou que conheceu o Mussum no Rio de Janeiro na década de 1970 e que se tornaram amigos por causa das cachaças que levava para vender na cidade e que eram as preferidas do comediante.
Mussum, um gênio da comédia
A partir daí, falamos de como Mussum foi genial no humor, de que suas piadas eram as mais engraçadas do programa dos Trapalhões e que ninguém enchia o saco com as piadas politicamente incorretas dele.
Quero morrer pretis se eu estiver mentindis
O nosso novo amigo disse que Mussum não representava. Era daquele jeito o tempo todo e nem precisava de muita coisa para ser engraçado. Ele brincava com tudo e com todos, mas o “mé”, como ele carinhosamente chamava a cachaça, era levado bem a sério. Ele gostava muito e entendia do assunto, tanto que só consumia cachaças dos melhores produtores de sua época.
A cachaça deve muito ao nobre Mussum
Com ele, a cachaça se tornou protagonista na TV e foi bastante difundida em rede nacional, ainda que em tom de brincadeira. Brincadeira, aliás, que foi a inspiração da piada que nosso amigo aplicou em nós. Lembra desse quadro no programa? Olha um vídeo aqui:
Um viva ao Mussum, ao mé, a BH e ao sujeito que nos fez lembrar dele e dar muitas risadas!
Só lembrando para você nunca dirigir depois de beber e até a próximis!