Penúltimo capítulo da novela etílica, Juliana Problema. Moya vai ao aeroporto pedir Juliana em casamento, mas encontra seu sogro no caminho. Confira as surpresas!
Passaram-se duas semanas e eu estava no aeroporto esperando o avião chegar da Europa com Juliana para fazê-la “pegar bebê” ou pelo menos por em sua cabecinha que ela estava grávida. Eu estava trajando o meu melhor terno e carregava um buquê de flores e os dois anéis de noivado que comprara anteriormente com o dinheiro da venda dos meus vídeos-games.
O capeta sexual…
Créditos: cervejagourmet
Quando ouvi aquela voz da moça do aeroporto eu me arrepiei. “Vôo 6669, vindo da Itália, com destino à Rio Branco, desembarque no portal 6” – dizia a voz que ainda repetiu em inglês.
Meu primeiro pavor foi com o número, eu pensava: “é o número do demônio fazendo posição sexual”. Por via das dúvidas, anotei os números do vôo e sabia que se fizesse uma fezinha no Jogo do Bicho, poderia ganhar alguma coisa.
Aguardando o desembarque delas, acabei encontrando não só o pai de Juliana, como os seguranças. Após aquela troca de formalidades, eu me coloquei estrategicamente mais próximo da saída do portão para falar primeiro com Juliana.
A minha grande chance
Créditos: joe469
Após uma longa espera, Juliana e a mãe passam pelas portas automáticas com os próprios funcionários da Polícia federal carregando suas inúmeras malas. Furei a segurança, entreguei o buquê à Juliana e, mostrando as alianças disse para Juliana:
- – Demorei muito para criar coragem, mas já tinha tomado a decisão no dia em que te conheci.
As duas se espantaram com minha atitude. Eu me ajoelhei porque, de tão nervoso, não conseguia ficar de pé e para aumentar o teatro que estava fazendo. Juliana estava espantada e em silêncio. Sem pensar, acabei soltando a pérola:
- – Não quero que nosso filho seja criado por pais separados.
Nessa hora, Juliana caiu em prantos e sua mãe correu em direção ao marido e aos seguranças. Rapidamente, o pai veio abraçar a filha, provavelmente tentando evitar que ela dissesse o tal “sim” para a minha proposta.
Interrompendo o silêncio constrangedor, o pai de Juliana pergunta:
- – Filha, você realmente está grávida?! – o choro de Juliana aumenta e o pai volta a repetir – Filha, por favor, me diga, você está esperando um filho dele?!?!
Juliana não conseguia falar em meio a tantos soluços e do choro de desespero. Eu, ainda ajoelhado, resolvi interromper a tentativa do pai de me fazer perder aquela mina de ouro:
- – É melhor ela cuidar de uma coisa de cada vez. Espere ela responder ao meu pedido e, depois, vamos conversar sobre ter filhos – Juliana balançou a cabeça concordando comigo, mas eu não perdi a oportunidade – Viu?! Ela aceitou meu pedido!
Fudeu!!!!
Créditos: Paulo Brabo
Juliana saiu do silêncio.
OBS: Esse é o momento em que eu aconselho o leitor a respirar, beber um copo d’água. Se eu contasse essa história pessoalmente, juro que faria uma pausa para dar alguns goles da minha cerveja. Tudo pela dramatização. No melhor estilo novela global.
Juliana saiu do silêncio:
- – Sim, pai, eu estou grávida…
Depois dessa frase, eu apenas me lembro de acordar, sozinho, na enfermagem do aeroporto.
Pensa, pensa, pensa…
Assim que encontrei a enfermeira, segurei-a no braço desesperado:
- – Onde eu consigo fazer um aborto sem o consentimento da mulher e que não seja de valor muito caro?!?!
- – Sangue de Cristo tem poder, meu filho. Sai pra lá com essa conversa do demônio.
A enfermeira estava certa, só rezando pra não me foder mais. Assim que me deram a alta, os seguranças do pai de Juliana me esperavam para uma conversa séria na casa dele.
Essa foi a primeira vez em que eu realmente me caguei nas calças.