Oitavo capítulo da novela etílica, Juliana Problema. Depois de virar sócio, agora é reconquistar a "amada" Juliana e convencer o sogrão maal encarado. Confira!
Alguns dias após eu receber a promoção, os sócios começaram a me cobrar para que eu trouxesse as empresas do pai de Juliana para o escritório. Eu sabia que só existia um jeito de fazer isso: reconquistando a menina problema. Eu sabia que se não fizesse o que me fora cobrado, os sócios iam me mandar embora.
Simples, muito simples…
Créditos: Baja Sol Restaurants
O plano era muito simples, vendi meus videogames, fiz um empréstimo no banco e fui à uma loja de jóias roubadas. Comprei dois anéis de noivado e fui esperar Juliana na porta da sua casa. Após um dia inteiro de espera, vejo o carro dela chegando. Eu parei ao lado da janela do veículo, mas quem estava lá dentro era o pai de Juliana, sem a menina. Ele me convidou para subirmos e conversarmos.
Na sala da casa dele, os seguranças riam de mim. O ex-sogro abre uma caríssima garrafa de uísque e me serve um copo. Primeiro ele me explica que sua filha está num cruzeiro pelas ilhas gregas com a mãe, depois, ele tenta me pregar uma pegadinha:
- – Então, rapaz, seu negócio é mulher com tromba?
- – Não, não é!
- – Mas a Juliana me contou que foi à sua humilde – ele falou de sacanagem – casa e lhe encontrou com uma rapariga de tromba.
- – Foi um azar. Um acaso criado pelos seus seguranças. Eles armaram isso pra mim.
Seguranças filhos das putas
Créditos: US Army Africa
O pai de Juliana olha para os seguranças, que começam a se explicar.
- – Doutor, ele quem pediu pra pegarmos um travecão! Atendemos ao pedido dele! – os seguranças queriam jogar a culpa em mim
- – Mas, mesmo com ele pedindo, ele era namorado da minha filha, vocês deveriam ter mais respeito com ela! – o pai respondeu nervoso
- – Isso!! Magoar a mulher que eu amo é errado!! – eu tentei piorar a situação deles
- – Você, cala a tua boca! Você é enrolão pra caralho! Papo furado de mulher que você ama… Eu conheço a Juliana. Você se aproveitou dela! – o pai me esculachou
- – Veja só, eu comprei alianças para fortalecer os elos entre eu e Juliana! – “touché”, eu pensei
- – Você acha que eu não sei da sua promoção? Rapaz, você precisa da Juliana para me convencer a levar minhas empresas ao seu escritório de merda, não? Mas você está enganado. Ninguém usará minha filha como instrumento pra subir na vida – eu continuei calado tentando pensar numa boa resposta –. Isso o que você quer fazer é errado!
- – Senhor, eu jamais faria isso! Eu sinto um imenso amor pela sua filha… – eu engasguei pra falar
- – Garoto, o que eu preciso fazer para você deixá-la em paz e você esquecer minha família e minhas empresas?!
O contra-ataque…
Comecei a ver que o jogo estava perdido e resolvi blefar como nunca. Sabia que o que dissesse agora faria toda a diferença.
- – Sua filha está grávida!
- – O quê?!?!?! – todos perguntaram ao mesmo tempo
Créditos: Pedro Gontijo
Eu sabia que eu tinha jogado uma merda imaginária no ventilador, mas parecia ter surtido efeito. Então, mantive a história mentirosa.
- – Gêmeos siameses, albinos e provavelmente cegos…
- – Como?! – o pai, assustado, deixa o copo cair no chão e quebrar – Minha menininha está grávida e você é o pai?
- – Gêmeos siameses, albinos, com paralisia infantil e muito provavelmente cegos…
- – Para com essa porra! Eu sei que isso não é possível de saber com poucas semanas!
- – Sabe, sogro – eu quis manter o elo afetivo -, a ciência mudou muito e os alimentos transgênicos fazem isso… Gêmeos siameses, albinos, com paralisia infantil e muito provavelmente cegos. Há também a possibilidade de terem dengue.
- – Meu deus, dengue?! – sussurrou um dos seguranças
- – É… É uma nova modalidade do vírus. Um mosquito tão minúsculo que entra na vagina da mulher e pica o feto.
Agora se fode ae…
O pai saca o telefone do bolso e tenta entrar em contato com a mulher e a filha. Em vão. Ele deixa escapar o pensamento e diz que elas não levaram telefone.
- – Rapaz, amanhã eu falo com o seu escritório, eu vou passar todas as minhas empresas para a sua responsabilidade.
- – Bom mesmo, chefe. Criança com dengue precisa ter um pai presente. – o segurança já derramava algumas lágrimas
- – Volta pro seu trabalho e não me pentelha! – ele cortou o segurança chorão – Enquanto isso, rapaz – agora ele fala comigo -, volta pra sua vida e some daqui. Elas voltam em duas semanas. Se essa história for mentira, você pagará por essa piadinha sem graça. Se for verdade, eu ligo pra você.
“Agora eu só tenho que engravidar a Juliana” – eu pensei achando que fosse muito simples.
Veja os capítulos anteriores
- Primeiro capítulo
- Segundo Capítulo
- Terceiro capítulo
- Quarto Capítulo
- Quinto capítulo
- Sexto capítulo
- Sétimo capítulo