Mais um conto etílico que aconteceu na terra do Tio Sam que envolve compras do mês, cervejas, iPhone, um ladrão de cerveja, uma azarada e muita revolta. Confira!
Se quando você faz a compra do mês vem com a mala do carro carregada de besteira e tem um porteiro no seu prédio pra te ajudar você é um sortudo e até hoje não sabia.
Você não acredita? Então senta que lá vem a minha primeira história: a que marcou minha chegada alcóolica nos EUA.
Compras do mês? Sim, claro!
Créditos: Thiago Heide Silêncio
Quando comecei a fazer as compras aqui, eu ia toda semana no supermercado e comprava poucas coisas, afinal eu não tinha (e não tenho) vários braços para carregar sozinha uma compra de mês.
Cansada de toda semana ter que aturar a caixa do supermercado falar sobre Star Wars, Harry Potter e Senhor dos Anéis, resolvi que só iria uma vez por mês ao mercado (paciência zero de dar conversa para desconhecidos). Por isso mesmo, enchi a mala do meu carro com todas as porcarias do mundo que seriam necessárias por 1 mês.
Eu não sou uma centopéia, dã…
Créditos: Jared
Chegando em casa, reparei o óbvio: eu não tinha tantas mãos para carregar toda aquela tralha. Tive, então, que fazer várias “viagens” do carro para o corredor do prédio. E lá fui eu: eu pegava o máximo de sacolas que podia, as largava no corredor e voltava para o carro para pegar as outras que faltavam. Devo ter feito isso umas 10 vezes.
Numa dessas idas e vindas, por descuido larguei meu iPhone em cima de um pacote de Coronas que eu havia deixado no chão. Quando finalmente terminei meu trabalho de peão e comecei a colocar as sacolas no elevador, feliz da vida notei que meu iPhone ainda estava lá. Coisa linda é viver no primeiro mundo, né gente?
Primeiro mundo na tecnologia, pq na cerveja…
Créditos: Normand Desjardins
Opa. Algo estava errado. Senti que faltava alguma coisa… SOCORRO! Minhas Coronas haviam desaparecido! Seria possível isso? Será que no país do Tio Sam o povo é cachaceiro a esse ponto, meu Deus? Fui olhando para os lados numa espécie de pânico. Foi como ver uma mãe atordoada a procura de sua filha perdida, raptada e sequestrada.
Algo muito triste de ver. Eu realmente senti o ódio tomando conta das minhas pernas e subir para minha cabeça. Eu estava disposta a caçar esse bandido desgraçado pelo condomínio inteiro e eu já não raciocinava direito. Poderiam ter roubado qualquer coisa da minha sacola, eu disse QUALQUER COISA, menos minha cerveja.
Isso é a maior falta de respeito que há no mundo. Não se rouba a cerveja de ninguém, assim como não se rouba doce de criança. É uma tremenda sacanagem! Juro que senti umas lágrimas brotarem nos meus olhos.
Até que então…
Créditos: Rezmutt
Quando olhei para o lado de fora do prédio através da porta de vidro, vi um garoto com boné para trás caminhando. Ele usava a bermuda na altura dos joelhos e a cueca aparecia totalmente. Ele andava em passos curtos, pois precisava segurar a bermuda pra não cair no chão. Esses são meros detalhes ilustrativos comparados ao fator mais importante daquela situação: ele carregava as MINHAS cervejas! E como é que eu sei que eram minhas? Porque ele me viu e saiu correndo, simples.
Volta aqui seu filho da p…
Morrendo de ódio decidi que abriria a porta e… e… gritaria com ele! É, isso aí! Eu ia gritar muito com ele e xingar muito no Twitter também! FUCKYEAH!
Quando fui abrir a porta a maçaneta caiu na minha mão e fiquei presa ali naquele corredor com mil sacolas no chão, sem ao menos poder beber minha cerveja.
Moral da história: deixe tudo para trás, mas nunca a sua cerveja!