Uma história fictícia de um casal que se conheceu por intermédio da Vodka. Uma história bem engraçada e interessante. Confira!
Certo dia, entrei nesse bar, como quem não quer nada. Afinal de contas, todos sabemos que por menor que seja a motivação da pessoa ao entrar no bar, a certeza que temos é que uma vez dentro, a bebida e o bate papo irão acontecer naturalmente.
E foi num desses dias que eu deixei escapar como conheci o meu grande amor, Catarina. Reproduzirei pra vocês os fatos que seguem, na ordem que eu for lembrando.
Mas perai, você não lembra de tudo?
Naturalmente, devo começar assumindo: sou fã inveterado de vodka. E como todos sabem, ou talvez tenham esquecido, a vodka causa a chamada “amnésia vodkeira” ou o famoso “apagão”. Muitas são as vezes que as pessoas que consomem vodka acordam no dia seguinte sem lembrar de certos detalhes da noite passada. E foi exatamente num dia desses que eu acordei com meu grande amor ao lado.
Além da garrafa de vodka, havia também uma garota dormindo no sofá. Qual não foi a minha surpresa ao saber que sim, estávamos casados e nossa lua-de-mel etílica havia acontecido naquela mesma noite. Longe de querer questionar meu desempenho, acordei-a para saber de detalhes. Obviamente, ela também não lembrava de muita coisa. E assim nascia o Casal Vodka.
O cara acorda bêbado, casado e feliz ao mesmo tempo. Isso só pode ser piada!
Basicamente, os dias que se seguiram só provaram uma coisa: o relacionamento acontecia literalmente apenas na presença de vodka. Fora isso, eram apenas olhares curiosos, pequenas palavras, pouco comprometimento. A coisa esquentava mesmo era no bar, onde o consumo do destilado de origem russa era consumido sem pudores.
A curiosidade das pessoas era tanta, que por muitas vezes as competições de vira-vira eram interrompidas por curiosos perguntando se eramos mesmo casados, se habitávamos a mesma casa, como era acordarmos sóbrios. E as respostas, naturalmente, eram em sua maioria da seguinte forma:
“Olha, não sei explicar. Mas sei que meu amor por ela é enorme!”
Dois cineastas pouco famosos, que frequentavam o mesmo bar, chegaram a cogitar um documentário sobre algo que, as vistas deles, era mágico demais: um casal unido única e exclusivamente pelo etilismo.
Lembro com pouca exatidão dos primeiros dias que vi as câmeras nos acompanharem nas nossas jornadas, mas sei que elas estiveram presentes. Lembro também que, por conta disso, fui obrigado diversas vezes a acompanhar Catarina em lugares que jamais estaria se não fosse carregado, como o Masp, o Metro de São Paulo, o Hangar 110. Mas os produtores sabiam como ganhar nossa atenção, afinal de contas, basta apenas uma absolut vodka na mão para ganhar totalmente o meu respeito e atenção. Eles não deixavam por menos.
Tá, um documentário sobre um casal de bêbados…
Eu não posso afirmar agora, por lembrar pouco, mas os produtores me garantiram agora a pouco que entre shots de vodka e amnésias alcolicas existia mesmo amor. Disseram até que o companheirismo existente era tocante, com gestos que iam desde servir um shot ao outro como segurar os cabelos dela para que não se sujassem quando ela bebia demais (se é que vocês me entendem!).
Ruim mesmo era posar para os 17 fotógrafos, assim que o filme foi lançado no circuito independente underground modafoda no Brasil. Mas, claro, existia sempre a chance de degustar uma vodka importada com o puro sabor que tanto almejávamos. Era a chance definitiva.
E agora, me questiono: Quem não ficou curioso ao descobrir tal barbárie?
É possível que o filme, que muito provavelmente foi trocado em algum bar por qualquer destilado de qualidade duvidosa, vire uma série de posts em algum blog. Para tanto, podemos combinar duas coisas: descobrir o carisma do casal e o impacto positivo em comentários OU o que pra mim é mais vantagem, que se ofereça doses de vodka para continuar. Agora é tudo com vocês.
ps: contribuição do Rafael, que escreveu sobre o filme também em outro post.