A Cervejaria bohemia reabre sua fábrica em Petrópolis depois de quase 15 anos fechada. Uma fábrica remodelada e com jogos e equipamentos que interage o participante com a fábrica e compartilha em suas redes sociais.
Sim meus nobres, finalmente essa notícia pode ser concretizada. A nobre Bohemia, cerveja muito encontrada nos grandes botecos cariocas e em outros locais finalmente colocou sua velha casa totalmente reformada. E não somente isso, mas com uma porrada de novidades fodásticas que nós do Papo de Bar podemos participar e conferir na inauguração que foi nessa última sexta-feira, dia 04 de maio de 2012.
Fábrica da Bohemia de volta à Petrópolis
Como vocês podem ver nas garrafas da Bohemia, ela foi a primeira cerveja pilsen a ser produzida no Brasil no ano de 1853 e apelidada “carinhosamente” de Ouro Líquido, por que será né? E a cervejaria foi fundada pelo nobre alemão Henrique Kremer. Nós já até falamos sobre ela aqui, da fábrica 3D da Bohemia, que acredito que tenha sido o ínicio dessa ideia de reabrir a fábrica.
E para os mais desinformados, a fábrica fica em Petrópolis, região Serrana do Rio de Janeiro, cidade pacata que tive oportunidade de morar por um pequeno tempo. E disseram que a sagacidade da fábrica será de produzir anualmente a quantidade sagaz de 100 mil hectolitros, que significa 10 milhões de litros de cerveja.
Sempre foi em Petrópolis a fábrica?
Não não. Essa fábrica chegou a funcionar até 1998, mas depois foi transferida para uma unidade mais moderna e maior da Ambev em São Paulo. Muitos até chegaram a criticar a cervejaria por tal feito e chegaram a falar que a qualidade da cerveja chegou a cair por causa dessa mudança, perdendo um pouco do artesanal da produção.
E como ficou essa reforma da Fábrica da Bohemia
Chega de ficar falando detalhes técnicos, histórias e tudo mais. A fábrica tá toda cheia de novidade, interatividade, bem diferente do que você está acostumado quando visita uma cervejaria, seja artesanal ou uma dessas de grande porte. Geralmente você visita, ve as máquinas lá boladonas trabalhando, fica o malandro lá falando contigo, explicando a bagaça toda de produção, ingredientes, detalhes, etc.
No caso da Bohemia eles deram uma melhorada, uma aprimorada nesse ponto. Você já chega na entrada com a galera de lá sendo simpática e te indicando o que fazer. A parada que achei interessante é que logo na entrada você “se cadastra”. Seria meio como um “login” na fábrica da Bohemia. Você escolhe entre três opções: Facebook, Twitter ou Email.
E pra quê isso? Mais pra frente você vai ver direitinho, mas toda a sua visitação e interatividade vai pro seu email, twitter ou facebook 😉 simples assim. Você vai carregando uma pulseira, digamos, eletrônica que vem com um código de barras. Aí a cada vez que tiver algum lugar pra você registrar algo, você passa a pulseira no leitor de código de barras que aquela info vai parar na rede social que você cadastrou na entrada.
Início da visitação: A Saga da Cerveja
O início da visitação é pica das galáxias, como dizia o poeta Catra. Um caminho com toda a história da cerveja, desde a época do início da agricultura, pegando bem no início da produção das cervejas, que é bem diferente de como é hoje, por volta de 8 mil anos atrás.
Passando por Pré-história, Mesopotâmia, grandes histórias e acontecimentos no Egito como a dieta da cerveja feita com pão e cerveja, Deuses que tenham relações cervejeiras, um pouco do mito da criação, o Enuma Elish, uma passada rápida pela idade média, monges, confraria da deusa, as nobres cervejas trapistas, as Sabtiem (mulheres cervejeiras) quase divinas.
Uma parte bem sagaz é que você pode criar o seu próprio brasão. Criei o do papo de bar, vejam aí em cima 🙂
Gostei bastante desse início, com equipamentos cervejeiros simulando o funcionamento, linhas do tempo fodásticas falando tanto da cerveja no mundo quanto na cerveja chegando no Brasil, os estilos de cerveja, etc.
E o mais interessante é que tudo isso é com telas onde você mesmo interage, vai passando as telas, informações e depois, caso queira, coloca a pulseira eletrônica no leitor e manda brasa pra rede social.
Mais à frente, a Praça Koblenz
Essa é uma parte externa em homenagem a cidade de Petrópolis. Esse nome, Koblenz, é o significado de Confluência em alemão e é a praça berço da criação da cidade. Ou seja, um espaço que mostra a confluência da cidade com a cultura cervejeira, onde estava nascendo no século retrasado.
Depois vem a Sala do Mestre Cervejeiro
Fica no quarto andar, aí começa a parte interessante da visita. Uma cocotinha lá chega e fala que é discípula do Mestre Cervejeiro e tudo mais, fala o que vai ver ali, o que tem, blá blá blá, etc e tal. Guardem bem essa parte do discípulo(a). A sala é realmente fodástica, cheia de detalhes e objetos que dão a cara cervejeira na sala.
Um pouco da história do nobre Henrique Kremer, detalhes e objetos antigos, bem no clima petropolitano e da cerveja de qualidade e no seu ambiente de pré-preparação. Ficou engraçado isso né? Pré-preparação, que tosco, mas tudo bem, vamos continuar.
Seleção e explicação dos ingredientes, produção e outros assuntos
Nessa parte você vai passando por várias salas. Você entra e vem um caboclo falando que é discípulo do mestre cervejiro (de novo) e começa a explicar o que vai ter nas salas.
Toda explicação sobre os ingredientes da cerveja: água, malte, lúpulo e levedo/levedura. E as salas são bem interessantes, com algumas telas, canos transparentes onde passam os ingredientes, água caindo, caixas com aberturas mostrando o lúpulo, uma tela simulando o processo de fermentação, onde você passa a mão na tela e ela mexe com tudo na tela, bem interessante.
Depois vem a área da Alquimia Cervejeira. Várias tinas, com suas devidas explicações, onde os cereais não maltados são dissolvidos e preparados para serem mandados pra a tina de mostura. Depois temos a tina de mostura, com o malte moído misturado com água que vai resultar no mosto. Depois a tina de filtração, em seguida o cozimento do mosto e finalmente o decantador.
Uma pequena surpresa
Eis que no final aparece o maldito Mestre Cervejeiro (aleluia, chega de discípulos) e nos dá a oportunidade de experimentar a cerveja Bohemia diretamente da fonte. Experiência sagaz e acredito que eles façam isso com todo mundo, ou não.
Enfim, o ritual de degustação
Eis que chegou uma hora desejada por muitos, a de degustação da cerveja. Existe uma área especialmente para esse ritual de degustação, onde mais um monte de cocota gata fala que é discípula do mestre cervejeiro e blá blá ok o mestre cervejeiro.
Naturalmente elas explicam a importância de beber a cerveja no seu copo certo, mostrando as 4 principais cervejas da bohemia com seus 4 copos diferentes, um pra cada estilo. Nesse caso experimentamos a minah preferida da Bohemia, a Confraria.
O fodástico Estúdio Bohemia
Nesse espaço sim a parada começa a ficar diferente e divertido. Uma arena só com aparelhos cervejeiros e com equipamentos que você pode interagir, tirar fotos como se estivessem dentro dos equipamentos na fábrica, dentre outras coisas. Logicamente guiado por homens e mulheres que falam são discípulos do Mestre Cervejeiro.
Uma das primeiras coisas é que você pode criar cartões, mas não físicos e sim digitais. Existem varios moldes e um espaço pra você colocar a sua fuça e tirar uma foto sagaz estilizada pela Bohemia.
Fora a parte com o Chroma Key, que é a técnica onde você coloca o funda de uma cor com muito contraste, como um verde, azul, e pode colocar o fundo que quiser. Eles mostram uma variedade de imagens, você escolhe a sua, tira com os amigos ou sozinho mermo, assim como eu tirei a de cima, zoando a porra toda 😀
E claro, fez a sua imagem, mandou pro Facebook ou Twitter.
Joguinhos legais \o/
Como não poderia deixar de ser, temos jogos legais nessa área também. Tem jogos pra ver se tu é rápido e ágil com os pés. Um jogo interessante, onde tem 4 bolas no chão, onde cada vez que você pisa, ativa a área onde o copo está vindo. Os 4 copos da Bohemia vão vindo, um de cada vez e cada bola representa um dos copos. Ou seja, cada vez que ela vier, você tem que pisar na bola certa, senão perde ponto. Expliquei que nem minha cara, mas tudo bem 😛
Tem outros também, que verifica se você prestou atenção por toda a viagem pela fábrica e já pode produzir sua cerveja, etc.
Por fim a Vila Bohemia
Parte final do passeio, onde finalmente você vê o processo real da produção da Bohemia, com as tinas, máquinas e a galera que prepara la dentro dando tchau pra você e rindo da tua cara, mas pelo menos tem vidro e não dá pra ouvir o cara falando se é ou não discípulo do Mestre Cervejeiro.
Um Empório como brinde.
Aqui, os visitantes têm a chance de levar um pedaço da história para casa além de cervejas e taças originais de Bohemia. Bom, ganhamos umas garrafas da família Bohemia e nenhuma taça, fica a dica da próxima vez, pois preferiria a taça, já que é mais fácil encontrar as cervejas do que as taças 😛
O ainda não finalizado Boteco Bohemia
Infelizmente uma das melhores parte do local, o boteco, ainda não estava finalizado, mas em breve estará pelo que foi me dito. Boteco bem no clima da cervejaria, Petrópolis, aquele clima frio (que odeio), parada família, pra aproveitar com a galera, fazer harmonizações e combinações com diversos tipos de alimentos.
A nobre mestre cervejeira e sommelier de cervejas da Ambev, Daniela Dezordi, diz que é possível combinar os paladares mais exigentes com degustações e harmonizações de toda a Família Bohemia (Confraria, Escura, Weiss e Pilsen) com petiscos e pratos:
A Família Bohemia pode proporcionar o sabor da combinação perfeita como Bohemia Pilsen com filé de peixe empanado, Bohemia Weiss com massas leves com molho ao sugo e saladas, Bohemia Confraria com queijo gorgonzola e embutidos defumados e Bohemia Escura com sobremesas a base de chocolate e caramelo
Legal também no boteco é que o objetivo é cuidar de quem está frequentando, não deixando a galera beber que nem maluco e sair doidão, fazendo merda, dando ênfase ao consumo responsável de cerveja, e claro, não deixando menores de idade e quem está dirigindo beber. Bons pra muitos, ruim para alguns, mas acho melhor assim, certíssimo.
Finalizando e mais informações
Bom, a fábrica da Bohemia fica na Rua Alfredo Pachá, 166 – Centro Histórico – Petrópolis – RJ, quase em frente ao Palácio de Cristal. E você tem que fazer um agendamento pela internet, caso você não more por lá. Caso more, pode ir pessoalmente lá e marcar sua visita 😉
O funcionamento é de quarta a sexta das 11 às 18 horas, nos sábados, domingos e feriados vai das 11 às 20 horas. O preço é R$ 39,00 a inteira, com meia entrada para estudantes e idosos, logicamente. E os petropolitanos se dão bem nessa, pois o preço é de R$ 15,00. Só levar a identidade ou um comprovante de residência 😉
No mais eu curti bastante a visitação. Só alguns pontos mesmo que eu cuidaria pra melhorar:
- Ficou um pouco artificial essa parada de em todo lugar o cara falar “sou discípulo do Mestre Cervejeiro”, enche o culhão.
- Por mim deveria deixar a galera passear por dentro da Vila Bohemia, ver de perto mesmo as máquinas funcionando, falar com a galera que trabalha diretamente na produção, dando uma experiência mais próxima com a Bohemia.
Acho que é só isso mesmo. De resto vale muito a pena essa experiência, oportunidade. Eles conseguiram conciliar perfeitamente essa integração com as redes sociais, Facebook, Twitter, foi uma sacada muito fodástica na minha opinião. Fazer só uma passagem pela fábrica ia ficar um pouco monótono. Tendo jogos, interações com o ambiente, informações em todos os lugares ajuda muito ao pessoal não esquecer e recomendar.
Por fim, parabéns a galera da Bohemia, Ambev, até mesmo pro governo do Rio e prefeitura de Petrópolis em “renascer” a fábrica 🙂