A temperatura do vinho faz a diferença? Este artigo mostra que sim, tanto para temperaturas altas, quanto baixas. Tudo depende da região do país, temperaturas ambientes, entre outros. Confira!
A observação da temperatura de serviço e de armazenamento é muito importante para manter o vinho íntegro, com todas suas qualidades preservadas e para a melhor experiência de quem vai prová-lo. O principal motivo pelo qual muitas garrafas de vinho são arruinadas é por terem sido armazenadas em temperaturas excessivamente altas.
Infelizmente, não há muito que nós, consumidores, possamos fazer sobre isso, pois acontece em toda a cadeia de abastecimento. A única forma de diferenciarmos quem tem boas práticas de armazenamento e transporte é testando, e com o tempo freqüentar apenas os comerciantes de vinho que reconhecermos por ter boa reputação e que se preocupam com seus produtos.
Então, a temperatura dos vinhos…
Créditos: Carnwennan
Ok, voltemos então para o título deste artigo, por que o parágrafo anterior serve apenas como alerta, já que não adiantaria nada se observar e ter cuidados com a temperatura de serviço do vinho se quem comercializou o vinho não teve cuidado na estocagem e/ou no transporte. Quando estamos começando a nos aprofundar no tema, escutamos muitas vezes outras pessoas falando que o vinho tinto deve ser servido em temperatura ambiente. Bem, aqui no Brasil este conselho pouco vale.
Em estados que a temperatura ambiente média no inverno é de 18 graus, esta é uma temperatura muito boa para servir, e até mesmo para armazenar seu vinho. Só que a realidade da grade maioria dos estados é de temperatura média na casa dos 25, talvez até mais e isso é ruim, muito ruim, tanto para armazenar e servir seus vinhos.
Acima de 18º é problema…
Ao servir o vinho tinto, temperaturas acima de 18 graus tendem a acentuar suas falhas e aumentar a percepção de álcool no aroma. Todos os aromas que você pode sentir no vinho estão lá porque certos compostos aromáticos estão evaporando. O álcool ajuda a levantar alguns destes compostos, mas pode tornar-se incômodo com a temperatura mais alta e dar uma sensação de que o vinho está demasiadamente “quente”.
Servir vinhos na temperatura correta permite que os compostos aromáticos sejam liberados aos poucos, juntando-se para formar em alguns casos (vinhos mais envelhecidos) um bouquet rico e complexo. Já quando a o vinho é servido gelado demais, o oposto ocorre, os aromas ficam mais tímidos e demoram mais para começar a serem liberados, o que começa a acontecer de acordo com a elevação da temperatura.
Temperatura interfere nas percepções
A temperatura de serviço também tem um efeito sobre a percepção do gosto. Vinhos são uma equação entre álcool, acidez e taninos, estes 3 pilares compõem a estrutura de um vinho. Servindo um vinho a temperaturas muito baixas, percebe-se mais a acidez, a percepção de aumentos de ácido. Isso não é muito surpreendente, uma vez que tendem a fazer o nosso amor branco torrado bem legal, com freqüência muito legal, para extrair o máximo deles crocância!
Créditos: littlenutbrownhare
Com os vinhos tintos, não só é o ácido destaque quando servi-los muito frio, mas os taninos tendem a se tornar muito adstringente (palavra difícil não?) e difícil. Ambos estes efeitos são principalmente devido aos polifenóis aromáticos (estou falando grego né?) e frutados que dão a cada vinho frutado característico sendo suprimido em temperaturas mais baixas.
Quente ou gelado?
Abaixo, veja uma pequena lista com alguns exemplos que podem ser seguidos sem erro!
- 19° C – Porto Vintage
- 18° C – Bordeaux, Shiraz
- 17° C – Borgonha, Cabernet
- 16° C – Rioja, Pinot Noir
- 15° C – Chianti, Zinfandel
- 14° C – Porto Tawny, Porto Ruby, Madeira
- 13° C – Boa temperatura de armazenagem
- 12° C – Beaujolais, Vinho Rosé
- 11° C – Branco Viognier, Sauternes (vinho de sobremesa)
- 9° C – Chardonnay
- 8° C – Riesling
- 7° C – Champagne, Espumantes
- 6° C – Ice Wines
- 5° C – Asti Spumanti