Qual é o limite entre o assédio e o galanteio? Quando o elogio vira abuso? É a morte do galanteio? Veja um debate sobre o tema agora mesmo!
Em tempos politicamente corretos, da explosão das relações virtuais e seus inúmeros aplicativos e do mais do que necessário empoderamento feminino, o mundo real se tornou um lugar complicado para quem ainda tenta flertar com alguém pessoalmente. O problema não está no approach, podemos tentar discutir isso com calma um pouco depois. O problema é que o mundo se tornou um lugar cruel para a paquera. Está quase impossível saber o que pode e o que não pode. Qual é o limite entre o assédio e o galanteio? Quando o elogio vira abuso? É a morte do galanteio?
Confesso que algumas situações vividas por amigos e amigas me deixaram com a pulga atrás da orelha. Primeiro, resolvi perguntar para o maior número de homens e mulheres que tivesse tempo e intimidade para debater o assunto com o mínimo de calma. Nada disso foi conclusivo. As opiniões foram diversas, principalmente as que eu considerava mais importantes: as femininas.
Estamos vivendo na era da morte do galanteio masculino?
E aí está o desafio, definir limites mínimos, pois enquanto as mulheres ganham seu merecido espaço e desenvolvem cada vez mais seu senso de protagonismo, é maneiro poder admirar, elogiar. No fim, é aquilo: se continuarmos cada vez mais chatos, em breve, ninguém vai transar, ou beber… E não sei se queremos esse mundo.
Vamos combinar, antes de embarcarmos nesse polêmico e espinhoso tema que: salivação, psiu, “te chupo toda” e outros tipos de abordagem trabalhados na ‘pedreiragem’ estão naturalmente classificados como assédio, mesmo constatando via pesquisa que tem quem goste.
Tem quem goste?
Sim, tem mulher que curte ou não se importa. Mesmo assim, vamos desconsiderar esse estilo menos civilizado.
Eu não sou inimigo dos apps de pegação e seus derivados, acho que podem ser úteis e tal, mas o papo aqui é menos sintético, estético e virtual, como o mundo de hoje, que tendem pra morte do galanteio.
Falo da boa e velha abordagem na mesa do bar? Ainda pode? Ela tá lá, sozinha ou ainda esperando alguém. Você observa, não sabe se ela tá bebendo pra comemorar ou pra afogar o dia, as mágoas ou a imagem daquele chefe insuportável. Você chega lá, se veste com a maior cara de pau, coragem do mundo e tenta se aproximar, perguntando se ela está sozinha ou triste. Pode?
Vem sempre aqui?
Ainda é permitido se chocar com a beleza de alguém. Sim, gente! Se chocar com a beleza de alguém e comentar, tentando ser discreto, como aquela pessoa é bonita? Não, eu não disse gostosa, eu não disse nada demais, isso pode? Ou melhor, será assédio abordar essa pessoa em um momento oportuno só pra dizer que ela é realmente MUITO bonita?
Pelo que pude notar, apesar de não entender o meio, a noitada ou balada é um lugar que pode permitir mais flexibilidade, acho que isso me desagrada mais, mas são as respostas que obtive. O ambiente é fundamental, apenas ele pode definir uma chegada? Existem qualificações? O bar pode, mas o limite é esse. Na noitada pode quase tudo, que mesmo não gostando, elas toleram. Mas e no mais?
Finalizando
Tenho a impressão de que as relações não podem mais nascer de forma espontânea. Ou amigos apresentam, ou você conhece na noitada ou é melhor você esperar a próxima pessoa sarrando o dedo pra direita e pra esquerda num app que mais parece um cardápio de gente e trocando nudes em menos de 24 horas. A chegada passou a agredir e gerar medo… Pros dois lados. O galanteio perdeu sua vez e estamos cada vez mais chatos. Por enquanto a gente ainda transa, mas parece que é só por enquanto. Em breve trocaremos isso por um app.