Veja o desfecho final no último capítulo da novela etílica Eu tenho duas namoradas. Veja como Armando consegue reverter uma situação de desconforto, com surras, sexo e muito mais. Confira!
Cansado de dormir num sofá de dois lugares, comprei um para três pessoas. Basta de ser tratado como o sexo fraco. Eu sou homem, forte, nunca fui machista, mas, pela primeira vez na vida, sou obrigado a me impor “à moda antiga”.
Bêbado e no sofá… Clássico
Quando Anna e Amanda chegam em casa, do trabalho, elas dão de cara comigo, apenas de cueca samba-canção, um charuto e um copo de uísque. Eu já estou levemente alcoolizado, mas é porque elas demoraram pra chegar.
Nosso confronto começa com a ofensiva irônica de Amanda:
- – Olha… Que homem de atitude! Cansou de dormir num sofá pequeno e resolveu comprar um maior?
- – Com que dinheiro você fez isso? – Anna perguntou
- – Ca-la-das!
Discurso errado…
Crédito: Javier Alonso
Elas se calam. Na verdade, eu não tinha muito para dizer, então, apenas o silêncio paira na sala, com as duas de pé, ainda na porta de casa.
- – Como assim? – diz Amanda após dois minutos de silêncio
- – Comprei essa porra com o meu dinheiro, caralho! – dou um soco no sofá, me levanto e caminho até as duas com o dedo em riste – Eu que boto a porra do dinheiro nessa casa. Eu! Com o suor de minha testa!
- – Mas você é escritor… – Amanda menciona, meio que sem querer
- – Isso mesmo!! Eu sou escritor e o principal provedor desse lar! A porra vai ser do meu jeito, ou vocês vão pra rua!!
- – Mas o apartamento é meu… – Anna diz baixinha e temerosa, mas com razão
- – Não levante o tom de voz pra mim!! Ou então…
- – Então o quê?
- – É! O senhor fará o quê?
E agora, o que fazer?
Amanda e Anna me confrontam. Eu falei meio sem pensar, mas elas estão certas. O que há para ser feito? Dar uma surra? Não sou disso. Sou homem de verdade, que gosta de mulher e trata bem. Aquele que dá flores e chama de “amorzinho”.
Nem por isso a ideia de dar uma surra está errada.
Eu puxo as duas pelo braço e as coloco sentadas no sofá. Elas reclamam do apertão que dei. Tranco a porta da casa e apago a luz da sala. A luz do corredor e do abajur iluminam e fazem sobras. Ainda assim é muito pouco e ficamos num ambiente escuro.
Agora é a hora da verdade
Créditos: Mike Scott
Eu ligo a televisão no canal de música. Começa a tocar “Nevermind The Bollocks” do Sex Pistols. Ao perceber a trilha sonora, não perco tempo, tiro minha cueca e jogo pra cima delas.
- – Vocês querem apanhar, né? Vou dar uma surra de pau mole em vocês!!
Corro para cima de Amanda e Anna e começo a bater com minha genitália em seus rostos.
- – É isso o que vocês querem, né? Surra de pau, né? Falem o que vocês querem! Falem o que vocês querem!! Falem, porra!!
A resposta vem, uníssona:
- – Queremos mais!!
Mas hein?
Na mesma hora eu paro. O sangue pulsa para as extremidades. Sim, as mulheres querem isso mesmo. E não preciso dizer que o sexo de reconciliação é o *segundo melhor sexo que o homem pode ter.
Elas dormem nos meus braços. O charuto está no cinzeiro se apagando. Estamos todos no sofá de três lugares. Eu no meio, nu e suado, sirvo de travesseiro para as duas deusas caídas, apoiadas em minhas fartas e coxas.
Um urso com suas cocotas
Créditos: Yuliya Kugeeva
A televisão mostra o reflexo, um retrato do que é nossa vida. Como um rei que acaricia suas leoas, sentado num trono, é isso o que eu preciso ser. Eu preciso alimentar, constantemente, essas duas feras, para evitar que eu volte ao sofá. É preciso me impor, para que eu não seja o elo fraco da relação. Eu tenho que ser um absolutista, mas de mão macia. Malandro, mas nem tanto.
Elas não precisam de dinheiro. Eu não tenho carro e nem sou bonito. Estou mais próximo de um cavalo do que de um cavalheiro. “Afinal, o que querem as mulheres?” – perguntava Sigmund Freud, o pai da psicanálise.
O que as mulheres querem?
Baixinho, me olhando no reflexo da televisão, respondo:
Créditos: max steel leather boy
- – Eu sei o que elas querem, seu austríaco filha da puta! Eu sei e nem precisei me formar nessas loucuras psicoanalíticas. Mulher quer é pica! Gozar!
Eu não sou foda porque tenho duas mulheres. Eu sou foda porque sou duas vezes homem.
*O melhor sexo que o homem pode ter acontece na seguinte situação: quando a sua ex-namorada, que está muito mais gostosa do que na época em que vocês namoraram, pede para transar, e você, muito mais experiente, a faz se perguntar por que vocês terminaram.