Um pouco da história do surgimento das primeiras bebidas destiladas no mundo. Relação de Córdoba, na Espanha, um pouco sobre guerra, um pouco sobre a rivalidade entre whisky e vinho. Confira!
Espanha. Córdoba. Cidade de pequena extensão territorial (dentro do estado do Rio de Janeiro cabem 34 Córdobas) e evoluída culturalmente desde 970 dc, possuía cerca de 70 bibliotecas, uma delas com meio milhão de livros para uma pequena população que sabia ler e escrever na época. Graças a este motivo, Córdoba foi glorificada com avanços na medicina, filosofia e matemática.
Jóia do Mundo
Créditos: Mohsen Kiani
Foi também nesta “jóia do mundo”, como era chamada pelo filósofo Hroswitha, que surgiram as primeiras bebidas destiladas. Os destilados passaram a ser apreciados quando perceberam que uma pequena quantidade da “água que arde” podia causar embriaguez rapidamente. De acordo com o médico Arnaldo Villanova:
A verdadeira água da vida irá juntar em pingos preciosos que, sendo purificados em três ou quatro destilações, provoca a quintessência do vinho. Prolonga a vida, elimina o mau-humor, renova o coração e mantém a juventude.
Cura dos males…
Ainda havia indícios de que as bebidas destiladas tivessem poderes curativos. Além de terem sido usados como anestésicos por muito tempo e em vários lugares do mundo, até o rei Mau, que tinha paralisia, experimentou um dos rituais da época.
Dizem que seus criados colocaram o em um quarto a luz de velas e envolveram o em um lençol ensopado da cachacinha. Porém, o fim foi trágico. Os lençóis pegaram fogo quando uma das velas caiu sobre ele. E aí, sim! O rei nunca mais sofreu com nenhuma dor (hehe).
Cadê a guerrinha? Whiskey, honey!
Créditos: Justin
Sim, tive de falar de guerra! E sim, o uísque continua sendo marca registrada da Escócia. Mas poucos sabem que ele foi responsável pelo primeiro protesto pós-independência dos Estados Unidos da América! A Rebelião do Uísque em 1794, surgiu após Alexander Hamilton, secretário do tesouro dos EUA, estabeleceu impostos sobre bebidas destiladas a fim de pagar uma dívida nacional causada pelas revoluções anteriores a independência, como a do chá.
Para ele “a medida era favorável para a economia, para a moral e para a saúde da sociedade”. O povão se revoltou sob o lema de que o governo americano não é melhor que o britânico.
Os “malandros” do uísque…
Créditos: Lean Kominato
No meio desses revoltados, surgiram os Rapazes do Uísque, liderados pelo advogado David Bradford. Esses, lutaram contra o exército de George Washington, primeiro presidente norte-americano, que havia cedido ao seu grupo armamentos, bagagens e uísque. A turma de George Washington venceu por WO, pois a gangue de Bradford, despreparada, fugiu do combate.
Mesmo assim, a polícia surgiu para conter os ânimos. Altivos e, por incentivo das tropas de Washigton, pediam mais e mais uísque em dinheiro vivo. Por ironia, o dinheiro desses soldados fez com que as destilarias conseguissem pagar todos os impostos. Well, o governo saldou a dívida.
O whisky e as celebridades
Créditos: Rogue Stalker
Além de estar presente na história estadunidense, o uísque faz parte da vida de suas grandes personalidades. George Washington, no fim da vida, manteve uma destilaria de uísque. No ano de sua morte, foram produzidos 44 mil litros, gerando o lucro (o lucro!) de U$ 7500. Isto depois de ter distribuídos vários barris para amigos e familiares.
800L de uísque darei a você neste dia, e quanto mais rápido for consumido melhor porque a demanda aqui é grande (…)
Foi o que ele escreveu em uma carta enviada a um dos sobrinhos. Já Thomas Jefferson, principal autor da Declaração da Independência americana, era amante dos vinhos. Considerava o uísque um veneno e, para ele:
Créditos: R. Scott Rogers
Nenhuma nação em que o vinho é barato fica bêbada e, nenhuma fica sóbria quando a carestia leva a substituição de destilados ardentes.
A redução de impostos sobre o vinho era o melhor antídoto para banir o uísque. Mas o vinho estava caro e o uísque já fazia parte da terra do Tio Sam.