Pobre, desempregado, eis que faz uma aposta com os amigos no bar e acerta o resultado da partida de futebol, na derrota do rival. No dia seguinte é convidado para uma entrevista, vai bêbado mesmo, mas dá muita sorte em o chefe ser do mesmo time. Confira!
Créditos: wackocatho
Palavras do Dono do Bar:
Iniciaremos aqui uma nova seção chamada “Contos Etílicos“. Com algumas novidades bem interessantes, para mostrar que não perdemos nosso espírito brincalhão, zoador, mas sempre com conteúdo fodástico.
Esta seção Papo de Bêbado irá conter várias histórias hilárias, logicamente de bêbados, para vocês rirem um bocado, principalmente naquele stress filho da puta no trabalho. E o melhor de tudo, você, sim, você mesmo com cara de trouxa olhando pra tela, também poderá participar. Pegue seu texto e mande para nós com seu nome e email, com sua história fodástica de bêbado, que nossa equipe irá analisar e postará aqui, para que todos os leitores interajam na sua história e te sacaneiem bastante.
Vamos para a primeira história, com nosso novo integrantes, que já tem nome de bebida: Mé. Divirtam-se.
Dinheiro curto, vida difícil…
Créditos: ::big daddy k::
Era uma época de vacas magras. O dinheiro curto e o desemprego abatiam a minha vida. É até raro me ver cabisbaixo, mas nem sempre a vida é um pé-limpo. Durante esses períodos de secas e de pouca comemoração, bebemos como terapia, desafogo e para reanimar o tanque vazio.
Naquele dia não era diferente. Passei a tarde distribuindo currículos pela cidade. Cada porta que batia era uma tentativa. Ainda assim, em nenhum local era bem recebido. De dez em dez minutos verificava meu celular para saberem se alguém já tinha me ligado para alguma entrevista. Nada. Não podia deixar de atender, os créditos eram poucos e todo dia avisava a minha mãe fingindo que as coisas estavam mudando.
Saltei do metrô e caminhei algumas longas quadras até o meu bairro. Era pra economizar o dinheiro do ônibus. Cheguei na minha rua encontrei todos os meus amigos no bar. Estavam reunidos para assistirem ao jogo da televisão. Fui convidado a me juntar e não consegui negar. Uma cervejinha ia descer como salvação.
Economizo no ônibus, gasto no bilhar
Créditos: Patricia Barcelos
O dinheiro que tinha economizado do ônibus eu gastei em cinco fichas do bilhar – nunca fui bom, mas nem por isso pedia o prazer. Comprei uma dose da cachaça mais barata e um cigarro no varejo para depois da noite. Apostei algumas cervejas sobre o resultado do jogo. Tudo como sempre fiz: cerveja, futebol, bilhar, mulher e política.
Antes do apito final, eu já tinha a certeza de que beberia aquela noite de graça. Não bastasse a goleada, os adversários davam um baile no time dos meus amigos. Cobrei as apostas e os desafiei para um pequeno torneio de bilhar. Acabei fumando o cigarro antes da hora, mas não me importava com isso. Eu sagrei-me o grande campeão da noite. Futebol e bilhar. Mais cervejas e mais um cigarro. Fui pra casa apaguei e apaguei na cama do quarto que eu alugava.
Eis que surge a oportunidade…
Dia seguinte acordo com o celular tocando no bolso do meu terno. Era um convite para entrevista. Ainda bêbado levantei e atabalhoado e sem ter tomado banho, peguei o metrô para o endereço que me foi indicado. Barba por fazer, olheiras e o cheiro arrancavam os piores olhares dos outros entrevistados. Era uma empresa pequena, mas os candidatos eram inúmeros.
A primeira impressão é a que fica
Na minha vez de conversar com o dono do escritório eu já percebi que a minha apresentação não agradou. Aquele senhor gordo e de bigode já tinha me eliminado na porta. Fiz tudo de praxe: simpático, simples nas respostas, objetivo e tranqüilo. Assim que terminou a entrevista, sabendo que não ia ficar com o emprego, quis me desculpar por conta da aparência e resolvi ser sincero para não me enrolar numa mentira:
Perdão pela aparência, mas é que ontem o Flamengo perdeu feio e fui comemorar com meus amigos, fui pego de surpresa pela entrevista.
Quando disse isso o dono da entrevista abriu o olho e me perguntou:
Torce para qual time?
Até que surge uma luz no fim do túnel…
Quando disse que era botafoguense ele me abraçou dizendo com muita felicidade que eu estava contratado e que era para voltar no dia seguinte para começar logo. O emprego não era o dos meus sonhos, mas a remuneração era muito superior ao que esperava.
No mês seguinte, comemorando o vexame do meu rival e meu novo emprego, paguei a cerveja de todos os meus amigos.