O terroir brasileiro é ótimo e, mesmo com apenas 20 anos de mercado, já tem prêmios e reconhecimentos internacionais nos nossos espumantes.
Oui, má cherie! Quando a gente fala que no Brasil “tudo que se planta, dá”, a gente não imaginava que pudesse ser uma afirmação tão realista, quando se trata da produção de etílicos de qualidade e até espumantes. Cada vez mais, temos que deixar o nosso complexo de vira-latas de lado para assumirmos que podemos, sim, ter excelência em tudo que produzimos, inclusive com o nosso terroir brasileiro.
O terroir brasileiro é tudo de bom!
Descobrimos, há algumas décadas, que o sul do país tem solo e clima favoráveis, com calor na medida certa, chuva abundante e relevo irregular, para que a fruta amadureça de forma completa e no ritmo certo. Tudo isso junto, resulta em espumantes leves e refrescantes, com ótimo drinkability. Isso nos leva a concluir que o terroir brasileiro é muito bom e, mesmo com apenas 20 anos de mercado, já temos prêmios e reconhecimentos internacionais nos nossos espumantes.
Mudamos nossos hábitos
É importante a gente reforçar que nos últimos anos, nossa produção cresceu mais de 300%, e isso não se dá somente em função do nosso solo fértil e do clima amistoso para a qualidade das bebidas, mas também porque o brasileiro é mais aberto a conhecer e degustar novos rótulos e novas propostas de bebidas, como o espumante nacional, por exemplo.
Outro ponto que justifica esse crescimento é que criamos uma nova cultura de consumo de espumante, antes associado à “bebida de festa”, agora é uma ótima sugestão para momentos de descontração no dia a dia.
E a qualidade? Os espumantes nacionais valem a pena?
Para a gente estufar o peito de orgulho, o espumante brasileiro devagarinho vai avançando e sendo reconhecido no exterior como uma bebida elaborada e peculiar, recebendo boas críticas de experts da bebida pelo mundo afora.
Nossa qualidade é tão elevada, que o Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, recebeu o selo de Denominação de Origem, que significa que os vinhos produzidos na região obedecem às regras específicas em relação à plantação das uvas e à elaboração dos vinhos, valorizando as peculiaridades da região.
Para entendermos melhor, o champagne produzido na região de Champagne, na França, leva esse nome porque também tem este selo de Denominação de Origem
Nosso mercado ainda está em expansão. Vem mais por aí!
Estamos tirando muita onda na produção de espumantes e o legal é que, com o nosso “jeitinho brasileiro” – no bom sentido, é claro – estamos conseguindo chegar em padrões de qualidade que muitos países do mundo se esforçam para chegar, com investimento pesado em agropecuária e tecnologia.
Na Rússia, a polêmica do champagne está tomando uma proporção curiosa: Recentemente, Putin decretou que somente os champanskoe, os populares e acessíveis espumantes criados na época soviética para democratizar o conceito de luxo, podem ser etiquetados como champanhe.
Os vinhos estrangeiros —inclusive os da região de Champagne, na França — serão rotulados e classificados como “vinhos espumantes” no mercado russo. Isso está gerando um aumento de custos na produção das garrafas importadas, que já estão inseridas no mercado russo, e, é claro, muita polêmica. Do jeitinho que Putin gosta!
Agora, é abrir um espumante geladinho para exaltar o nosso excelente produto nacional! Santé!