Essa é um pequena história que ilustra como uma decisão baseada no fácil pode sacanear uma vida.
Entendo bastante de cerveja, entendo de porres, decadência sem elegância, baixa gastronomia de rua, futebol e algumas outras coisas sem muita utilidade ou importância. Mas posso garantir que não existe nada na vida que eu entenda mais ou tenha maior propriedade pra comentar do que a arte de fazer cagada baseado em decisões estúpidas. Essa é um pequena história que ilustra como uma decisão baseada no fácil pode sacanear uma vida.
Dia desses, estava lembrando de uma decisão que mudou bastante o curso das coisas na minha vida. Há dez anos, eu era um jovem adulto, pós-adolescente, recém recuperado de um devastador desastre amoroso que escreveu uma história de adolescente e me aproximou do lado mais natural e cruel da vida, baseado em relações, com seus sorrisos e lágrimas, início e fim.
Fossa, cachaça, porres, noitadas e uma vida que foi se seguindo. As coisas começam a voltar ao normal, as cores voltam a aparecer e sua vida vai voltando aos trilhos, até que você realmente começa a se interessar pelo que acontece no mundo. Nessa toada, me interessei pelo mundo e por algumas pessoas dele, rs.
A velha solteirice
O problema é que quando você tá solteiro, você pode se comportar como uma criança solta num parque de diversões, o drama é quando o que te satisfaz não é mais o passeio, mas você fica ali, empacado em se decidir sobre duas coisas que você quer muito. Eu tava bem, tava saindo e tava ficando com um pessoal, aquele clima despretensioso e adulto, sem cobranças. Até que duas meninas se destacaram nesse meio, felizmente ou infelizmente, me destaquei pra elas também. A partir daí, tudo ficará mais fácil de entender.
A primeira e doce, dócil, frágil e serena… Depois de uns anos descobri que nem tanto, mas era basicamente isso. Ela representava bem a calmaria que um coração meio baleado pedia depois de um tempo.
A segunda era uma força da natureza. Um Sol, uma tempestade ou algo parecido. Tiraria tudo do lugar. Estava disposta a me enfrentar, mas também lutaria contra tudo e todos, como a leoa que era pelo vagabundo que hoje se queixa.
A hora de tomar decisão
Eu sabia que meu tempo corria e não sabia o que fazer. Resolvi sair mais uma vez com cada uma delas e tentar ver o que eu sentia. Não deu certo, por ironia do destino ou merecimento de canalha, tudo deu errado e tive que basear minhas decisões em meio a um tremendo porre.
Não cabe aqui o choro por uma história que deu errado, deu até certo, durante muito tempo. O problema é que nunca me senti satisfeito e o resto foi sempre o arrependimento por não ter tido coragem de escolher para ter ao meu lado uma mulher que me desafiasse. Fui burro e covarde e isso se aplica a diversas outras decisões na minha vida.
O novo ano se inicia e fica a dica de alguém que não quer que vocês colecionem fracassos: o caminho “mais fácil”, geralmente não satisfaz quem tem grandes planos e quem, por natureza, tem grandes sonhos. Se sinta bem e completo, mas procure alguém que te transborde. Não é desperdício, excesso de colarinho não faz mal a ninguém e todo mundo acha bonito de se ver.
Finalizando
Encarem 2016 como uma nova oportunidade. Sempre que possível, escolha o sabor mais diferente, o rótulo mais curioso. Que vocês tenham mais amores, mais sabores e mais porres pra relaxar rs. Não se apaixonem pela porta larga.
Nos vemos lá!