Vamos falar de mulher e cerveja?

Há alguns dias, meu nobre amigo Sonâmbulo Etílico me mandou um texto da Fabiane Secches postado no Update or Die que fala sobre Machismo, Mulher e Cerveja e pediu a minha opinião. Pois bem, cá estou eu!

Já escrevi outras vezes aqui no Papo de Bar sobre a mulher e nossa relação com cerveja, bares e afins. E para quem já leu tais artigos, sabe: pra mim, o bar é (ou pelo menos deveria ser) um lugar absolutamente democrático, com espaço para todos os tipos de pessoas – independente de sexo, raça ou orientação sexual.

Os bares, mulher e cerveja

 

 

Mulheres bebendo cerveja no bar

Neste texto que mencionei, a autora conta sobre a realização de um documentário sobre “A representação feminina nas campanhas de cerveja”, com foco na investigação e discussão da exploração midiática da imagem da mulher nas propagandas de cerveja veiculadas no Brasil. E o que eu achei? Bom, duas coisas:

A primeira delas

É que uma coisa que me deixa ainda muito entristecida é essa coisa de nós, mulheres, termos que estar o tempo todo pedindo pra ser vista como gente, sabe? Como pessoas capazes, com qualidades e competências para fazermos exatamente o que queremos porque simplesmente devemos ter os mesmos direitos que os homens. Eu já fui vítima de casos de machismo e assédios por homens que simplesmente se achavam superiores por ter um pau no meio das pernas, e não sei por que eles achavam que isso os fazia melhores que eu. E apesar de terem sido situações absurdamente corriqueiras, é justamente nessas questões que o machismo se prevalece em nosso dia-a-dia.

A segunda coisa

É que eu achei a iniciativa muito, mas muito boa mesmo. A origem do comentário se deu, entre tantas outras propagandas, a campanha “O Verão Chegou/O Verão é nosso”, que mais uma vez coloca uma gostosona de peitão de fora e a homarada babando litros de baba pela tal, como qualquer outra propaganda de cerveja que estamos acostumados a ver por aí.

Indignação

boticario

Me indigna muito ainda vivermos num país que se revolta e faz denúncias ao CONAR por uma propaganda como a do Boticário para o dia dos namorados que simplesmente considera “todas as formas de amor” e que os pais se sentem ofendidos por não saberem o que vão falar para os seu filhos, mas que aceita numa boa e há anos ver a mulher estereotipada como um objeto sexual, vulgarizada e desvalorizada – algo, ao meu ver, muito mais ofensivo que casais trocando presentes.

Confesso que nunca fui muito envolvida com questões feministas, no sentido de fazer parte de iniciativas, discussões e organizações que defendem os direitos das mulheres. Acho também que todo extremismo pode ser exagerado e provocar o desequilíbrio das coisas. Mas convenhamos, meus amigos: já passou da hora de nós, mulheres, sermos respeitadas, seja no bar, na empresa, na mídia ou em qualquer lugar que seja, não é? Assim como os homens, nós gostamos da cervejinha no boteco, não bebemos só cervejas levinhas, podemos usar as roupas que quisermos sem “pedir para ser abusada” e podemos fazer tudo isso quando bem entendermos, só pelo fato de sermos como vocês: pessoas sociáveis, que brindam, riem e vivem.

Finalizando

E bom, se você ficou interessado no texto e no documentário, o link é esse aqui: http://www.updateordie.com/2015/05/22/mulher-cerveja-e-machismo/ e você pode também fazer doações para viabilizar o projeto aqui.

O que vocês acham sobre isso?

Beijos!