Conheça uma das bebidas mais famosas e fortes do mundo, o Absinto, a famosa 'bebida proibida'. Veja sua histórias, suas versões e diferenças entre países.
Fala galera!!! Eu estava com saudade, mas enfim eis o meu retorno pra falar de um clássico, o épico, uma lenda que qualquer ser que ande sobre as terras e, talvez, no ar ou nos oceanos, uma vez na vida já quis provar: o Absinto. Sem dúvida alguma, essa é uma das bebidas mais polêmicas da história da humanidade e até hoje é proibida em muitos países.
É galera, Absinto é uma celebridade no mundo etílico
Tudo começou na cidade de Couvet, na Suíça, no ano de 1872 um médico chamado Dr. Pierre Ordinaire criou um tipo de vermífugo com base no extrato de plantas. Anis, funcho e outras ervas tais como losna ou sintro eram usados na composição desse remédio. Já ouviram falar em losna ou sintro? E se eu disser o nome cientifico: Artemisia Absinthium? Ahhhh agora sabem do que eu estou falando.
Pois bem, Artemisia absinthium é a principal erva na composição de tal bebida e é dela como vocês podem notar que deriva o nome da mesma. Talvez por seu gosto ou seus efeitos, a mistura encantou o Francês Henri-Louis e ele resolveu abrir duas destilarias e comercializar o produto na Suiça e na França.
Passaria quase meio século até soldados franceses irem pra guerra da Argélia em 1840 com seus cantis cheios de Absinto com o pretexto de combater a febre africana. Pouco tempo depois o elixir ganhou o grande público e a Europa se rendeu ao nectar sagrado. Foi uma explosão, artistas de rua, de circo, atores de teatro, músicos a high society, granfinos, damas, vagabundos e cortesã, todos se embriagavam de absinto.
Absinto, uma bebida cheia de ‘princípios’
O fato é que na época ninguém sabia, mas estudos futuros descobririam que a Artemisia absinthium possui um princípio psicoativo chamado thujone que age como antagonista, ou seja, inibe a ação de neurotransmissores GABA. Esses neurotransmissores são responsáveis por regularizar a atividade cerebral equilibrando a excitabilidade das células nervosas. Ao inibir o GABA o cérebro se coloca em intensa atividade elétrica, o que pode causar, para os mais otimistas, criatividade latente vista nas obras de uma enorme gama de artistas que consumia a bebida. Eram eles:
- Charles Baudelaire
- Paul Verlaine
- Arthur Rimbaud
- Van Gogh
- Oscar Wilde
- Henri de Toulouse-Lautrec
- Edgar Allan Poe
- Aleister Crowley
Créditos: Niels Mikkelsen
Já para os mais pessimistas, altas quantidades de thujone podem causar alucinações, por isso e por sua cor verde vibrante a bebida foi apelidada de “fada verde”, descontrole do tonos muscular e convulsões. Mas na época não se sabia de nada disso e se estava dando onda, vamos curtir a wave. Foi um oba oba. Na França, em 1912, o consumo chegou a incríveis 221,8 milhões de litros segundo o cronista A. Capus.
E bem no auge da sua glória o Absinto sofre uma rasteira
É que em 1906 o suiço Jean Lanfray assassinou a sua mulher e a polícia achou que foi o consumo excessivo de Absinto que fez com que o marido cometesse loucura tamanha. Com a popularização dessa tragédia a Suiça proibiu o consumo da bebida, e em 1915, autoridades francesas convencidas dos poderes diabólicos da bebida proibiu seu consumo em solo francês, sendo seguido por vários dos seus países vizinhos. Era o fim de um apogeu.
A bebida foi banida no mundo inteiro, litros e litros foram destruídos, fabricas fechadas, uma verdadeira guerra. Absinto passou a ser encontrado apenas escondido nos becos como fosse drogas em bocas de fumo, destilarias escondiam sua produção, 100% artesanal.
Mas nem tudo está perdido
Com o advento da tecnologia e o desenvolvimento da ciência, estudos realizados na década de 90 detalharam as ações da thujone. Apesar dos trágicos efeitos quando ingerido em altas quantidades, pesquisadores esclareceram que em baixas quantidades não tinha efeitos tóxicos, portanto, havia uma dose segura de consumo. O problema no início do século é que as bebidas eram feitas sem nenhum controle da abundância de álcool e ervas que as compunham, desse modo a quantidade de Artemisia por litro chegava a 300mg/L, hoje as bebidas legalizadas tem apenas 10mg/L .
Com as boas notícias trazidas pela ciência o Absinto começou a por a cara pra rua de novo, vagarosamente, pois não lhe tinha restado nada daqueles tempos de glória.
Receitas de drinks com Absinto
Créditos: Idris Flury
Vamos mostrar duas receitas clássicas de drinks feitos com o Absinto. O primeiro é um clássico já citado, que leva o torrão de açúcar:
- Uma dose de Absinto no copo
- Um torrão de açúcar na colher
- Fonte com água com gelo
Colocar um pouco de Absinto no torrão e colocar fogo. Derramar lentamente a água sobre o torrão
E o segundo também é bem vendido e leva soda e hortelã:
- Absinto 1 dose
- Folhas de hortelã 6
- Soda limonada
Amasse as folhas com Absinto, coloque gelo e complete com a soda.