Ávido mostra para vocês os primeiros passos para se degustar um vinho de alta qualidade. Mostra a divisão de "autoridades" da área dos vinhos.
Ora pois, pá! Para falarmos de vinho temos de ter em mente alguns conceitos básicos, afim de não nos perdermos em pedantismos exigentes ainda mais em estado de embriagues. Até porque vinhos é pra quem gosta de vinho, e não pra gente metida e arrogante que se acha melhor que as outras porque bebe vinho, a não ser que ela goste de vinho e me pague algumas garrafas, como é obvio.
O Enófilo
No mundo vinícola encontramos três participantes com uma rotineira redundante freqüência. A começar pelo enófilo, este é o mais importante de todos , afinal é quem bebe e conhece ao menos o que bebe, a raiz etimológica da palavra é Eno, que vem do grego vinho, e filo, que significa amante. Este é aqueles que os profissionais tentam agradar.
O Enólogo
Depois encontramos o enólogo, eno de vinho, é logos de conhecimento, logo o que conhece o vinho. Este é o artista, aquele que está junto da videira desde o inicio colheita da uva, até o momento de por o vinho no mercado. É o profissional responsável por todas as nuances da sua profissão.
O Sommelier
Temos também o sommelier, que vem do somm, do sânscrito individuo idôneo e responsável, e elier, gandamodafoca bebedor profissional. Esta profissão surgiu frente a necessidade de dar a conhecer as nuances deste produto que nem sempre é fácil de apreciar, e justamente sua correta apreciação é fundamental. Na escola entre guerrinhas de papel e bebedeiras fenomenais, perguntavam-nos porque seriamos sommeliers se normalmente quem pode estudar para exercer esta profissão pode ser enólogo, a resposta e sempre a mesma. Enólogo na frente do vinho tem de tomar decisões, e nós, sommeliers, na frente de decisões, tomamos vinho. Sem mais delongas.
Vinho de Jabuticaba?
Vinho é toda bebida composta do mosto (suco) de uva fermentado. Portanto nada de escrever sobre vinhos de jabuticaba, até porque não é vinho, a menos que façam abaixo-assinado, depois de um porre de vinho de jabuticaba, dos que meu avô faz então, ui. Quero ver quem escreve o nome!
Eno o quê?
Esta palavrinha Eno é muito encontrada entre aqueles que gostam mais de falar que beber vinho, não se espante se começar a receber enoabraços, enobeijos, enotchaus, ou coisa que valha depois de falar sobre vinho durante algum tempo. Eu dispenso a paneleiragem. Nada contra enocumprimentos, nem paneleiros. Baco me livre!
Ah sim. Grande Baco.
Baco é o antigo Deus grego do vinho. Ah pois é! Cerveja é boa e existem a quase tanto tempo, desde o antigo Egito, mas ninguém se lembrou da coitada na hora de eleger Deus da Cerveja..merecia a pobrezinha. Baco era um Deus gordinho com vinhedos nas orelhas que tinha grandes festas dedicadas a ele, orgias com as bacantes. Ai nessas horas que saudade da Grécia dos velhos tempos. Depois foi adoptado pelos romanos sob o nome de Dionísio, mas as orgias regadas a vinho continuaram.
Falar de vinhos específicos exigem alguma perícia que a prática nos concede, utilizando adjetivos que reunidos formam o que os profissionais chamam de vocabulário organoléptico. Para facilitar nesta parte vou começar a repassar sempre três palavras costumeiramente encontradas neste conjunto de expressões e adjetivos, mas para não facilitar demais vou por sempre uma para servir de armadilha. Vamos ver então aqueles que encontram a que não pertence ao grupo.
A
Aveludado
Vinho macio, embora encorpado, daqueles que descem bem redondinho, mesmo sabendo que 2 garrafas vão te deixar assim meio que na mão do bozó.
Adstringente
Vinho desequilibrado, seja porque é ácido demais ou de menos, apresenta uma aspereza deveras desagradável
Analfabeto
Vinho que não sabe ler nem sequer escrever, enfileirando as linhas deste país de vinhos mal instruídos.
Enovaleuaí.