Uma pesquisa realizada mostra que quando a música em um bar, boate, ou seja, ambientes, o consumo de bebidas alcoólicas aumenta consideravelmente. Veja os motivos disso ocorrer.
Quando volume sobe, descem as cervejas. Em algum momento durante a noite, em bares de todo o país, duas coisas acontecem: as luzes se apagam e o volume da música aumenta.
Diminuir as luzes sinaliza o início real da diversão: quando as luzes se apagam o álcool começa a trabalhar sua mágica, e o negócio é se soltar após o estresse do dia-a-dia.
E por que nos bares e casas noturnas o volúme da música é tão alto?
Quando o volume do som é aumentado as pessoas são forçadas a gritar umas com as outras, o que não é nada benéfico para as interações sociais. Porque todo mundo está gritando, o bar se torna ainda mais barulhento e logo as pessoas começam a desistir de tentar se comunicar e se concentram sem suas bebidas, o que significa mais idas ao bar.
Claro que isto é exatamente o que os proprietários de bares estão esperando. Pessoas sentadas em uma mesa, conversando calmamente, não fazem bem aos negócios. Os ditos “faladores” não são os melhores bebedores. Pelo menos esse é o pensamento desta indústria. E este pensamento acaba por ser preciso, de acordo com estudos de campo realizados em bares franceses pelo professor Nicolas Guegen e colegas.
Beba!
Um estudo realizado por Nicolas Gueguen (2004) verificou que níveis mais elevados de som levou as pessoas a beberem mais. Em um novo estudo publicado em Alcoholism: Clinical & Experimental Research, Gueguen et al. (2008) visitou um bar no oeste da França para confirmar a sua descoberta anterior em um ambiente naturalista. Aqui, eles observaram os hábitos de consumo dos clientes através de três noites de sábado, em dois bares diferentes da cidade.
O nível da música foi aleatoriamente manipulado para criar as condições de uma experiência de verdade. Era, ou no seu volume usual de 72dB ou girado até 88dB. Para comparação: 72dB é como o som do tráfego em uma rua movimentada, enquanto 88dB é como estar ao lado de um cortador de grama.
Com certeza quando o volume da música aumentou o das cervejas também aumentou. E rápido! Em média cada frequentador levou 14,5 minutos para terminar um copo de 250ml de chope quando a música estava em seu nível normal. Mas este número veio para apenas 11,5 minutos quando o volume da música foi aumentado. Como resultado, em média, durante o tempo em que os pequisadores estiveram no bar, cada frequentador solicitou uma bebida a mais na condição de música alta.
Eles também verificaram que com o som alto os frequentadores davam goles em suas bebidas em um intervalo menor de tempo.
Beber em vez de falar?
Uma vez que o volume da música era manipulado de forma aleatória, esse experimento sugere que a música mais forte faz com que as pessoas bebam mais, mas não nos dizem o porquê. Há uma corrente que pensa que as pessoas bebem mais ao invés de falar, enquanto outros argumentam que eles bebem mais porque a música cria maiores níveis de excitação, o que leva a mais consumo.
Evidências de um estudo realizado em bares em Glasgow, Escócia, por Forsyth e Cloonan (2008) reforça a idéia que as pessoas bebem porque elas não podem falar umas com as outras. Talvez mais estudos comparando os bebedores solitários com duplas e grupos maiores possa confirmar ou desmentir esta idéia.
Seja qual for o real motivo, ou a combinação de fatores, este tipo de estudo é muito persuasivo sobre o nexo causal entre a música mais alta e beber mais. Com o carnaval chegando e o som dos blocos, bailes e micaretas no volume máximo, se você não quer beber muito, evite estes ambientes. O mesmo vale para boates, bares e shows. Se você quer sair mas não deseja “encher a cara”, procure lugares onde o ambiente é mais calmo e a música mais baixa. Embora os estudos não sejam realmente conclusivos, não custa nada previnir.
Finalizando
Eu sou dá opinião que música deve ser ouvida em alto e bom som. Vou beber mais por isso? Oba!
E você? Já percebeu o efeito do som alto na sua noite? Darei algumas saídas para verificar o fenômeno. Certamente será interessante fazer esse experimento… Ou será o bebedor que existe em mim arranjando mais um motivo para tomar umas geladas?