Veja um resumo do que foi o desfile na Rua XV e a festa no pavilhão da Oktoberfest. Veja as crianças, os chopes e bêbados que frequentam e muitas outras histórias sobre a Oktoberfest 2012.
(Indaialense = aquele que nasce em Indaial. Indaial = cidade vizinha de Blumenau. Blumenau = cidade da oktoberfest). Indaialense na certidão, blumenauense de coração. É assim, com esta linda frase (essa é a parte que você seca as lágrimas. Sei que foi lindo…) que inicio este texto.
Oktoberfest, uma festa sensacional
A oktoberfest é uma festa de encher os olhos. Decoração impecável, música alemã de qualidade, trajes típicos engomados de Fritz e Frida, diversão garantida, batata recheada quentinha e muito, mas muito chopp. Mas muito chopp mesmo.
E com tanto chopp assim, sempre tem um bêbado. Aliás, tratar-se do assunto: bêbados – citando o número um, é bondade da minha parte. Vamos aumentar este um para uns e então, fica com mais cara de oktoberfest.
A abertura oficial de uma oktober ocorre com o desfile na tradicional Rua XV (faltou na aula de números romanos? Relaxa querido… tia Helô explica: XV = 15) de Novembro. Uma rua central da cidade, onde o trânsito é fechado para que os habitantes da cidade libertem a frida e o fritz que existem dentro de cada um.
O caminhão das Casas Bahia sai de cena e, no seu lugar, entra o Lichtwagen. Os carros são muito bem substituídos pelas charretes que, carregam em si, a história da festa e uma alegria incomparável. Sai a moto dos correios e entra a Choppmotorad. São 2,8 mil pessoas, por desfile, que contagiam a cidade com a sua alegria e amor pela festa.
Festa tem que ter brindes…
Claro que essa alegria contagia muito mais quando você tem a sorte grande de ganhar alguns brindezinhos que rolam no desfile. Porém, existem características que contribuem para que você seja o contemplado. Se você tem o braço grande, já são 92,7% de chances. Estique esse braço comprido como se você fosse o Giba numa final contra Cuba.
Ao contrário do jogador, não bloqueie. Pelo contrário, use a artimanha para arrematar mais um copo de chopp. Se você já passou dos 70 anos é provável que ganhe uma flor de alguma frida de coração mole. Se você está com um olho no peixe e outro gato, chamando Jesus de Genésio e, se mesmo com os dois pés parados juntinhos seu corpo vai pra lá e pra cá, você tem a chance de ganhar um caldo de cana do Zuckerrohrsaftwagen (não tente ler isto em casa) pra ver se passa o porre.
Vai gordinho
Se você está meio magrinho ou com cara de fome, relaxa amigo, é provável que você seja o escolhido pelo carro tão esperado pelos grodinhos… o Essenwagen, que distribui cachorro quente durante o desfile. Se deu azar e não arrematou o cachorro quente, você tem uma segunda chance. Desta vez, o prêmio é uma linguiça, do Wurstwagen. Até aí, qualquer coisa que você tenha ganhado é bom um bom prêmio. Você é uma pessoa de sorte.
Nem tudo são flores…
Mas nem só de sorte vive o alemão, então cuidado, porque no desfile também dá pra ganhar bala de iogurte. Até ai, tudo normal. O problema é que quem entrega essas balas, são as crianças que desfilam. Aliás, falar que elas entregam as balas é gentileza minha. Na verdade eu acho que elas queriam um chopp mas não ganharam a bebida e sim, um saquinho de bala.
Malditas crianças
Então essas crianças fecham o pouco os olhinhos como se fosse uma mira e elas vão caçando a vítima. Você está assistindo o desfile e vê aquela “alemoazinha” vermelha, de testa franzida e com o saquinho de bala na mão. Você tenta esconder-se atrás do ombro do companheiro, mas já é tarde demais. A criança já te viu e viu também que você está fugindo, então ela te escolhe.
Ela coloca lentamente a mão no saquinho de bala. Pega umas 3, vai tirando a mão do saquinho e seus batimentos vão ficando acelerados. Ela leva a mão lentamente para trás da cabeça e arremessa aquela bala como se fosse a final do mundial de handball. Aquela bala vem vindo em sua direção e acerta a sua testa. Vitória para a criança que sai pulando e deixa você ali, quase em estado de coma.
Partiu pavilhão pra curtir e beber chopp
O desfile acaba e você vai curtir a oktoberfest nos pavilhões da Vila Germânica. Sempre, sempre e sempre você encontra algum bêbado. E as figuras são as mais variadas.
Tem o bêbado blumenauense que quer impressionar. Se alguém falar com ele na festa, ele sempre vai responder dizendo: Ein prosit. O bêbado turista já não tem essa habilidade toda com o alemão, mas ele tem uma boa memória e decora as músicas que tocam no evento. Se você desejar bom dia a esse turista ele vai lhe responder com um: Viva a centopeia.
Grupos de bêbados, os melhores
Os grupinhos que você encontra na festa, são sempre os melhores. Sempre tem uma bêbada que resolve sensualizar no meio do pavilhão mais lotado. Uma roda se abre e ela acaba se sentindo uma atriz global por causa da quantidade de flashes sobre ela. Nessa hora mora o perigo. Porque também sempre tem aquele grupo de amigos e, nesse grupo, um sempre está mais bêbado que o resto. Coitado dele! Porque os amigos dizem: Vai lá cara. DU-VI-DO que você pegue essa louca.
Paaaaaaaaaaara tudo! Jamais. JAMAIS diga duvido a um bêbado. Isso mexe todos os sentidos dele. E lá vai o bonitão pegar a baranga. Mas ele que fique tranquilo, porque amanhã ele nem vai lembrar o São Jorge que foi. A menos que tenha amigos que tenham celulares com câmera e youtube.
Beijos “oktoberfestianos”
Até os beijos que rolam na oktober são diferentes. Tem a moça que quer se preservar perante os amigos e sai com o menino que vai “pegar” dando pulinhos até se perder no meio da multidão. Tem a que distribui selinhos e depois de alguns chopps já não sabe quantos beijos deu, quantos deles foram selinhos e viva a centopeia.
Tem a difícil que passa horas conversando, rouba cerveja, dança, canta, pula, rouba outra cerveja, pisca aqui, sorri ali, rouba mais uma cerveja, bebe, dança de novo, e nada do bonito arriscar um beijo. Quando tenta, leva um toco. Mas é brasileiro, não desiste nunca e consegue o beijo. Cada um pro seu lado e a vida segue.
Mas o destino os une novamente em outro pavilhão. Mais uma tentativa de beijo, mais uma cerveja roubada, mais 20 minutos da conversa e nada de o bonito convencer na lábia. Até que chega um loiro, alto, de aproximadamente 1,90m e “tasca” um beijo, sem esforço algum. Até aí, ótimo… pena que o beijo loiro que encantou a menininha difícil era só pra mostrar pros amigos porque na verdade, ele gostava era de centopeia.
Bêbado fortão
Ah, que bom se só de beijos e amores vivessem os participantes da oktober. Mas tem sempre a pessoa que bebe algumas a mais e fica valente. Essas pessoas são engraçadas também e destacam-se pela sua coragem. Arranja confusão na fila do banheiro e jura de morte a coleguinha da frente. Não importa se você está com metade da festa… ela vai querer te empurrar numa poça de chopp e torcer pra que você termine os seus dias comendo uma batata recheada fria, pequena e sem batata palha.
Mas o importante é que logo em algum pavilhão, toque a versão blumenauense de “Gangnan Style” e na hora do: Heeeeeey, sexy frida – é só colocar a mão do joelho, dar uma abaixadinha (não, não vai mexendo gostoso), tomar um gole de chopp e tudo fica bem. E viva a centopeia.
Valeu Oktoberfest, valeu centopeia
Hallo Blumenau, bom dia Brasil. Nesta edição, a 29ª da oktoberfest, foram 19 dias de folia. 19 dias que transformaram a cidade e trouxeram um largo sorriso no rosto de cada um que participou da festa, inclusive a equipe do Papo de Bar.
A oktober acabou, mais ficou o gostinho de quero mais. Que venha a oktober 2013 e que, no ano que vem, eu possa voltar aqui e escrever mais um texto, com a mesma alegria em que escrevo hoje pelo sucesso da festa e com a mesma sensação de aperto por ter terminado mais uma edição… por ter passado tão rápido esses 19 dias.
E que, no ano que vem, nosso querido Dono do Bar, dono desse nosso bar eletrônico, caiba no meu vestido de frida e arrase novamente.
E viva a centopeia.