Rufião – O Rei Do Rio: Capítulo 4

Kelly abriu o site para garotas de São Paulo e Belo Horizonte. Foram mais de mil mulheres numa única semana. Chegamos ao número de cinco mil clientes, entre assinantes do site e profissionais do sexo. Estou falando de uma entrada de mais de cinquenta mil reais por mês. Meus custos são mínimos. Até porque eu não sou burro de contratar um profissional graduado para trabalhar pra mim. Pelo mesmo preço, consegui três estagiários.

Uma clientela de botar inveja em qualquer cafetão

Negão de chapéu e terno branco

Sou sinistro rapá, o Rei

Créditos: Josh Baker

Eu fiz um levantamento, através dos nomes dos cartões de créditos. Tenho como clientes funcionários do mais alto-escalão do Poder Judiciário, Legislativo e Executivo do Brasil. Estou falando de um Senador evangélico do Rio de Janeiro, uma Ministra do Supremo Tribunal Federal, o prefeito de uma capital da região sudeste e um Ministro de confiança da presidenta Dilma. Isso sem falar num incontável número de advogados, promotores, procuradores, repórteres famosos e uns atores falidos de Malhação.

O sexo não é só uma fonte de renda, mas também de poder. Quem satisfaz a libido do outro, quem tem o poder do fazer-gozar, comanda o mundo. Mais que dinheiro. Mais que sentenças judiciais, leis ou qualquer coisa. Sendo (vergonhosamente) machista: a xoxota domina o mundo.

E relacionamento também é assim

Comparando aos relacionamentos que temos, a coisa é assim também. Quanto homem não fica “na mão” se a mulher não quer trepar? Depois, ficamos nós, como macacos, tentando esperar um brilho de cio nelas, uma oportunidade pra nos satisfazer. Uma vez por mês. Talvez menos. Bimestral. Enquanto isso, tentando dar umazinha com a mulher amada, o babaca paga o restaurante, o vestido, a conta de celular, as contas da casa, o cabeleireiro… E ela?

Ela domina. A mulher é sempre rainha. É assim no casamento, é assim na night, é assim na micareta, é assim no boteco, é assim assim e assim mesmo.

A mulher é foda, sempre

Mulher de dominatrix num cara

Mulher é foda, simplesmente

Créditos: jean philip Zi

No mundo do sexo pago não é diferente. O prefeito curte um travesti, o juiz judeu e anticotas curte uma mulata encorpada e o jornalista moralista monta num universitário bem dotado. Eu sei muito bem o podre de cada um. Investiguei como um bom fofoqueiro. Um dossiê pronto de quem come quem.

E como toda boa perversão, as pessoas têm vergonha e medo de serem descobertas. Eu tenho, em mãos, documentos que fazem de mim um homem mais poderoso que Carlinhos Cachoeira.

No entanto, antes de sair de casa e revolucionar o mundo, é preciso arrumar meu quarto, que está uma bagunça. Kelly já tem procuração minha. Meu gerente já foi avisado por mim que a conta é controlada por ela. Essa empresa cresce a passos largos, mas só há um fundo caso esse império desabe.

Esse fundo é meu. Peludo e que só mamãe passou talco.

Eis que chegou a hora…

Estou na sala que alugamos, sentado na cadeira do presidente. Mandei os estagiários mais cedo pra casa. Kelly abre a porta e dá de frente comigo bebendo um copo de uísque.

  • – O que foi, Armando?
  • – Kelly, precisamos conversar. Eu não posso mais ser o marido corno que só sabe das coisas por último.

Só agora eu percebo que Kelly está usando uma camiseta branquinha, de tecido fininho, sem sutiã, mostrando os mamilos duros pelo ar-condicionado da sala, uma calça jeans justíssima, colada nas batatas lindas dela e com um salto preto. O cabelo, negro e comprido, está amarrado num rabo de cavalo. Tesão!

  • – Olha, eu marquei de encontrar uma amigas num pub, se quiser vir comigo e discutir lá, tem um táxi aqui embaixo me esperando. Só subi pra pegar minha identidade.

Eu aceito e peço para ela ir na frente.

Quer dizer, estava chegando né

Cão no estilo pimp

Créditos: valentina di addario

Só há um problema. Eu estou indo a um dos pubs mais famosos do Rio, que vive lotado e é super apertado. Antes da Kelly chegar, eu tomei um Viagra. Vez em quando eu tenho umas esperanças tolas.

Assim que chegamos ao pub, sentamos numa mesa, perto da saída. Apesar de completamente duro, eu coloco ele pra direita, preso pelo elástico da bermuda. Ainda assim, ele tenta fugir. Concentração e paciência. Na mesa estão mais duas mulheres, Maggie e Alexia. Nomes de guerra, claro.

Aqui, as cervejas são servidas em imensos recipientes. As três só pedem as marcas caras. Eu acompanho. Os papos são bobos. Frivolidades. Celebridades. E sexo. Muito sexo. Elas contam experiências com clientes, amigos e entre elas mesmas. O menino está sufocado na minha cueca samba-canção. Eu suo frio.

Kelly, brincando com a ebriedade das amigas, pede que Maggie me beije na boca. Isso acontece. Então pede o mesmo a Alexia. A situação se repete. Meus rins doem como se eu carregasse duas pedras portuguesas.

Sempre tem uns pela-sacos

Um grupo de playboys, desses que usam boné de lado e fingem ser malandros, mas foram criados em condomínios chiques e colégios de rico, começam a comentar. Um deles se aproxima de Kelly, que imediatamente se afasta e senta em meu colo. Ela percebe meu pulsante coração e me tasca um beijo.

Insatisfeitos, os playboys xingam as meninas. “Vocês preferem ficar com esse gordinho que conosco?”. Um deles mostra a chave de um carro importado, o outro um relógio dourado e por ai vai. Kelly pega as mãos de suas amigas e as três seguram meu rapaz abusado. Maggie e Alexia me olham assustadas, como se não esperassem isso de mim. “Nós temos isso!”, grita a sócia para os playboys.

Resumindo: Um playboy ameaçou tacar uma garrafa, mas Kelly, puta da vida, tirou uma navalha não sei de onde e encaixou entre as bolas dele. Rasgou o tecido, mas não a pele. O suficiente pra sentir o gelado do metal. A Maggie deu um golpe de Krav Maga num e a Alexia deu uma arm-lock voador no outro. Eu peguei o quarto, o maior e mais bombado e joguei meu peso em cima de suas costas. Aparentemente ele curtiu o efeito do Viagra e me deu o número do telefone dele.

Continua…

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