Eis que no seu quinto encontro com uma "tinderete", Armando consegue uma proeza dentro de um ônibus a caminho de Niterói. Confira o final dessa magnífica história.
“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos”
Um encontro num show underground do Rio de Janeiro. 5 não é mais uma mulher, ela é A mulher. Personalidade fortíssima, decidida e objetiva. Três dias atrás ela me ligou dizendo que estava bêbada na Lapa e que se eu não fosse encontra-la, seria considerado “boiola”. Não fui vê-la, mas eu também acho que ser chamado de “viado” não é problema – preconceito bobo, né?
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Mesmo tendo deixado 5 na mão, hoje estamos aqui no underground de Botafogo. Ela despencou de São Gonçalo pra cá. Só pra me ver. Bonita ela é. Inteligente ela é. Engraçada ela é. Tantos fatores que me fazem perguntar a ela:
- – 5, por que vir de tão longe pra me ver?
- – Achava que você fosse mais bonito.
- – Minhas fotos são recentes, elas condizem com a realidade, não?
- – Tô brincando, cara. Você se fez de difícil e eu vim pra cá. Quando o homem se faz de difícil…
A pausa dramática foi introdução para um beijo roubado com violência e requintes de crueldade. 5 quase arranca meus lábios e me dá um tapinha na cara. “Ai de você ficar muito bêbado e não me comer” – disse uma 5 ensandecida. Pensei a única coisa que um homem heterossexual, carioca e sendo cobrado pode pensar:
“UEEEEEEEEEEEEEPAAAAA!!!!”
Hoje tem. Tomo um Red Bull pra acordar. Uma catuaba pra acender. Um amendoim pra levantar. 5 decide as coisas por mim. Paga minha conta, puxa meu braço, me coloca num táxi e pede pro motorista nos levar para o Centro do Rio. Porra?! Centro do Rio? Será que ela quer me levar pra São Gonçalo? Exatamente isso, leitor! 5 me leva para um ponto de ônibus e me agarra ali, por horas, até o coletivo chegar. São 3 da manhã de uma quarta e eu trabalho amanhã.
Frescão vazio. 5 me puxa pela mão até o penúltimo banco, fecha a cortina e tira a minha camisa. “Tu é peludo pra caralho!” – ela me relembra. Começamos aqui mesmo, mas antes que eu possa resolver a questão do meu cinto travado, o ônibus para e um bêbado louco entra. Para nosso alívio, ele senta bem na frente. Voltamos aos amassos. Ela tá de vestido e só deu aquela levantada. Eu? Bem… eu tô nu, mas tô de meia.
Fudeu!!!
Um cenário romântico: eu e 5 – uma lindíssima mulher – transando num ônibus que cruza a Ponte Rio-Niterói. Poder ver o Rio de Janeiro é um luxo, né? Ahhhhh… mas se eu não fosse um cara cagado, não seria escritor do Papo de Bar. É nessas horas que as coisas dão errado. E o que pode dar errado com um cara de meia, mas nu, com a bunda pra cima, dentro de um ônibus?
– Armando! Armando! Para! Para! – gritou 5.
Antes que eu pudesse tomar ciência, uma mão suada, fedida e pesada dá um tapa na minha bunda, debaixo pra cima, como se eu fosse uma espécie de “putinha”. Porra!! Reagi imediatamente. Com a destreza de um James Bond aposentado, me jogo no chão e dou um grito assustado de “Que porra é essa?!”. Já passamos da ponte e estamos no início de Niterói. O motorista para o ônibus bruscamente do lado de uma patrulha da PM. Com a freada, minha calça, com minha cueca, documentos, celular, IPOD e chave de casa escorregam até a entrada do ônibus. Imaginando que o motorista tivesse parado por conta de um possível assalto, os PMs entram correndo, dando de cara comigo, nu, mas de meia, correndo na direção da calça que está debaixo de seu coturno.
- – Que porra é essa?! – pergunta o PM Bom
- – É uma piroca, senhor! – responde o PM Ruim
- – E tá dura! – completa o motorista
- – Eu posso explicar.
É claro que ninguém pode explicar o que está fazendo de pau duro, em pé, na entrada do ônibus. Ainda de meia, mas nu, os PMs me colocam diante da viatura e tiram uma selfie comigo. “Essa vai pro grupo da corporação, não é Instagram” – me tranquilza o PM.
Dando voltas em Niterói, os PMs me propõe um acordo: eu ensino eles a pegarem mulheres daquele nível, e eles não me levam pra delegacia. Eu topo.
- – Me diz aí, gordinho, qual o seu segredo? – pergunta o PM Bom
- – Não sei, senhor.
- – Como assim? – pergunta o PM Bom
- – O acordo é você contar qual o seu segredo e a gente te libera. – afirma o PM Ruim
- – Ela que quis me dar.
- – Ela que quis?! – se espanta o PM Bom
- – Para de caô! – diz o PM Ruim
Dou com os ombros, mostrando que não tenho resposta melhor. O PM Ruim não se dá por satisfeito e para a viatura na frente das barcas. Com a arma em punho ele aponta pra minha cabeça.
- – Olha só! Ou você para de mentira ou eu explodo seus neurônios!! – grita o PM Ruim
- – Tem mina que curte gordinhos! – grito sem saber o que gritar
- – Calma, cabo PM Ruim! – intervém o PM Bom apontando a arma para o colega
- – Aquela mina é gata demais! Os peitinhos dela eram incríveis, senhor! – desabafa o PM Ruim, enquanto abaixa a arma
Diante da situação, algo estranho me acontece: eu tenho uma pequena ereção.
- – Ah, lá, PM Ruim! – ele aponta para a minha virilha – Tu quer tanto saber o motivo? Tá aí! O rapaz não nega fogo na hora do aperto.
Os PMs me largam aqui mesmo, nas barcas, de meia e nu, com as roupas na mão. São seis da manhã e as pessoas começam a chegar pra ir ao trabalho. Eu, que já broxei em momento cruciais, hoje fui salvo pela mais desnecessária das ereções.
Só o Pau é fiel!