O quanto você pode beber ingerindo antibióticos ou anti-inflamatórios? Saiba mais sobre os mitos e as verdades sobre o consumo de álcool enquanto está sob tratamento ou efeito de algum remédio!
Hoje nosso post vem para esclarecer de uma vez por todas o funcionamento de álcool e remédios no corpo humano. É mais uma terça feira nobres! Vamos colocar a cachola pra funcionar!
Quantas vezes não foi pra night/balada (aqui no Rio é night sim!) porque estava tomando antibiótico? Ou pior, deixou de tomar o antibiótico um dia, pra não misturar com o álcool? Beleza, então não enrola e explica aí…
Como diria qualquer bom serial killer, vamos por partes…
Álcool e Remédios: Como funcionam os medicamentos no nosso corpo?
Então, nobres serezinhos ávidos por conhecimento etílico, existe uma área específica de estudo chamada farmacocinética, que analisa o que é que acontece a um medicamento dentro do nosso corpo, como para onde é que o medicamento vai e a que velocidade, qual a forma como é transformado, e de que modo ele é eliminado.
Basicamente os medicamentos de via oral, (antibióticos, analgésicos, anti-térmicos e anti-inflamatórios são os mais comuns) fazem uma espécie de caminho padrão para serem absorvidos pelo organismo.
Primeiro eles são ingeridos, vão para o estômago, lá, as enzimas estomacais começam o trabalho, seja ele removendo ou triturando as capsulas, pílulas ou diluindo as soluções líquidas, dispersando o princípio ativo. A partir daí, ele segue para o intestino (duodeno). Como é uma área muito irrigada e muito extensa, grande parte da absorção dos medicamentos pelo corpo ocorrem nessa região, nesse momento, o principio ativo do medicamento passa para corrente sanguínea através de membranas permeáveis que existem lá.
Ok, o remédio chegou na corrente sanguínea, e aí?
Ai rola uma coisa muito interessante, jovem padawan, o corpo humano é uma máquina muito marota, e cada órgão só interage com um medicamento, se suas moléculas receptoras de alguma forma interagirem com aquele princípio ativo, sendo assim a maneira que as empresas farmacêuticas preparam os medicamentos, cada um para interagir com um determinado órgão.
No processo normal, o principio ativo ou atua diretamente na área que ele foi destinado, ou ele é metabolizado pelo fígado, e depois a sub-produto do seu metabolismo vai atuar em algum lugar específico do corpo.
E após interagir com o corpo, o medicamente vai sendo eliminado pelos sistemas excretores (urina, suor e respiração). A maior parte dos medicamentos de via oral, são excretados pela urina, depois de serem recolhidos pelos rins.
Beleza, beleza, beleza, mas que raios o álcool tem a ver com isso?
Muitos são os efeitos que podem ocorrer, não só com a ingestão de álcool, mas de qualquer substância que o corpo não produz naturalmente…
Vamos a elas:
- Substancia potencializando um efeito: Quando as enzimas que metabolizam o medicamento são as mesmas do álcool, pode ocorrer uma sobrecarga no processamento e a substância acaba sendo deixado “de lado” por mais tempo e concentração do que seria normalmente no organismo.
- Álcool inibindo um efeito: Acontece com quem normalmente consome mais doses do que o moderado. O estímulo alcoólico constante no fígado faz com que haja um aumento no número de enzimas hepáticas. Quando um medicamento chega neste órgão há um excesso destas para metabolizá-lo, inativando a droga muito mais rapidamente do que de costume. Este excesso de enzimas pode permanecer por semanas após cessado o consumo de álcool.
Ah sim, mas eu posso ou não beber álcool e remédios?
Créditos: Anton Privalov
Olha só, não sou nenhum médico, fiz sim um trabalho de pesquisa para escrever esse artigo, mas nada do que eu disser aqui deve ser encarado como verdade absoluta, até porque, a constituição de cada corpo humano e o metabolismo de cada um, são coisas únicas. Mas, segue as opiniões de especialistas:
Antibióticos
Usados para tratar infecções. Um ou dois copos de vinho ou cerveja não cortam seu efeito. Mas álcool em excesso pode, sim, comprometer a sua ação. É importante levar em consideração que um antibiótico mal administrado pode causar infecções cada vez mais resistentes e difíceis de combater…
Antidepressivos
Usados no tratamento da depressão e dos transtornos obsessivo-compulsivos (TOC) e do pânico. Consulte seu médico. Doses moderadas de álcool não causam problemas para quem toma antidepressivo inibidor seletivo da recaptação de serotonina, como a paroxetina, por exemplo.
Analgésicos e anti-inflamatórios
Misturar álcool não vai afetar o efeito do remédio. Mas, como esses medicamentos podem provocar irritação e desconforto estomacal, podem cair mal se ingeridos junto com bebida.
Ansiolíticos
Indicados no tratamento da ansiedade e da insônia. A combinação de álcool e benzodiazepínicos é a mais explosiva de todas, pois desencadeia sedação, falta de coordenação e prejuízo da memória, com risco de acidentes.
Anti-histamínicos
Usados para tratamento de alergias, muitas vezes provocam sonolência. A combinação com álcool pode agravar esse efeito colateral, deixando você ainda mais grogue e afetando a coordenação motora. Por isso, a mistura não é indicada para quem vai dirigir, por exemplo.
Anticoncepcionais
Evitam a gravidez por bloquearem o processo de ovulação. Nenhum problema nessa mistura. A não ser, claro, que você encha a cara e esqueça de tomar a pílula. 😉
Por isso pequenos, digo e repito, é muito melhor falar e fazer as coisas depois de entender como elas funcionam. Próxima vez, pode tomar sua amoxicilina em paz, desde que, e somente que, você não encha a cara. 2 latinhas estão liberadas 🙂 Mas contem aí, quantas vezes já deixaram de sair por causa de remédios?
Fontes Consultadas: UOL, Super Interessante, Saúde Plena, Bioquímica do Álcool, Wikipedia